19 de julho de 2008

DEZEMBRO


DEZEMBRO


Não adianta essa tua
Serena fúria
Chegar-me grávida
Está claro, bem claro
Que o teu mistério
Sempre pinta em dezembro
E nos outros meses se cala

Traduzi o rumor sombrio
Das cortinas de ferro
Mas fiquei sem antídoto

Investiguei...
Urrei diante da tua porta
Mas algo me contagiou
Por dentro
De sangue fresco
Arrastei a poltrona
Aveludada de meu âmago
E com ares de um grande Deus
Escrevi versos com palavras de luz
E interpretei o gosto de teus
Olhos negros.
ALBERT ARAÚJO
19-07-08

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