01 – Santa Lucia-Luzia pintura exposta na Igreja de São Jeremias e Santa Lucia, Veneza, Jacopo Palma, o Jovem.
Esta
data é uma celebração religiosa do catolicismo em homenagem a “protetora dos
olhos e da visão”, para os católicos.
Santa
Luzia, Santa Lúcia ou Santa Luzia de Siracusa também é considerada padroeira
dos oftalmologistas. Aliás, seu nome, em latim, significa literalmente “santa
portadora da Luz” ou “aquela que leva a luz”.
Como
parte das celebrações tradicionais é costume ver-se jovens vestidas de Santa
Luzia, as quais se deslocam em grupos encabeçados por uma jovem, a qual usa na
cabeça uma coroa de velas ou luzes, enquanto todas as outras apenas seguram nas
mãos uma única vela.
Os
católicos acreditam que o Dia de Santa Luzia é celebrado doze dias antes do
Natal como um sinal, para indicar a necessidade da preparação espiritual
iluminação espiritual e purificação para o nascimento de Jesus Cristo.
Segundo
a história passada por gerações, a jovem, nascida em Siracusa na Itália, teria
abdicado de toda a sua riqueza para ofertar aos pobres e sofreu perseguições
por ser cristã e por seu voto de virgindade perpétua, negando-se a casar e
enfurecendo o pretendente arranjado por sua mãe.
De
acordo com a tradição oral que se espalhou, os olhos de Santa Luzia teriam sido
arrancados antes de ser decapitada no ano 303 por não abrir mão de suas
convicções.
Não
se sabe ao certo porque o Dia de Santa Luzia ou Santa Lúcia e mesmo Santa Luz é
celebrado atualmente no dia 13 de dezembro.
No
entanto, sabe-se que antes da reformulação do Calendário Gregoriano, a data era
comemorada próximo do Solstício de Inverno de 22 de Dezembro, no Hemisfério
Norte.
As
festividades são de origem popular e tradicional, principalmente na Escandinávia.
No Brasil e em Portugal, o culto a Santa Luzia também é bastante forte entre a
comunidade católica.
ORAÇÃO
À SANTA LUZIA
Ó,
Santa Luzia, que preferistes deixar que os vossos olhos fossem vazados e
arrancados antes de negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus, com um milagre
extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para
recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as
doenças dos olhos, eu recorro a vós para que protejais minhas vistas e cureis a
doença dos meus olhos.
Ó,
Santa Luzia, conservai a luz dos meus olhos para que eu possa ver as belezas da
criação. Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual posso
conhecer o meu Deus, compreender os seus ensinamentos, reconhecer o seu amor
para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós, Santa Luzia, vos
encontrais, em companhia dos anjos e santuário.
Santa
Luzia protegei meus olhos e conservai minha fé. Santa Luzia rogai por nós! Amém.
ORAÇÃO
DE SANTA LUZIA PARA CRIANÇAS
Santa
Luzia passou por aqui, seu cavalinho pastando capim.
Sangue
de Cristo pingou aqui. Amém
Oração
para quando entra um cisco ou farpa nos olhos da criança. Fazer a oração
enquanto esfrega os olhos da criança com a ponta dos dedos.
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Luzia
nasceu em Siracusa, no dia 27 de março de 283 e faleceu em Siracusa, 13 de
dezembro de 304, foi uma mártir cristã do início do século IV, morta no
contexto das perseguições de Diocleciano aos cristãos.
É
venerada como santa pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, que honram sua
memória no dia 13 de dezembro. É uma das sete virgens mencionadas no Cânon
romano e por tradição é invocada como protetora da vista (olhos) em razão da
etimologia latina do seu prenome (Lux, luz).
Os
seus restos mortais são mantidos no Santuário de Santa Luzia em Veneza. Seu
principal local de culto é a igreja de Santa Lucia ao Sepulcro em Siracusa, no
sul da Sicília.
Na
antiguidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a
veneração a Santa Luzia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha
ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma nomeados em sua memória.
O
episódio da cegueira, a partir do qual a iconografia a representa está ligado
ao seu nome Luzia derivado de luce (em italiano, luz), elemento indissociável
ao sentido da visão, bem como à faculdade espiritual de se captar a realidade
sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a
função de graça iluminadora.
É,
assim, a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão.
A
sua festa é celebrada simbolicamente em 13 de dezembro, possivelmente doze dias
antes do Natal para indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e
sua iluminação correspondente para essa importante data que se avizinha.
HISTÓRIA
Luzia
nasceu na cidade de Siracusa, na Sicília, sul da Itália e era de uma família
rica e cristã. Era considerada uma das jovens mais belas de sua cidade.
O
seu pai morrera quando ela tinha 5 anos e sua mãe, Eutíquia, sofria de graves
hemorragias internas. Luzia tinha uma grande convicção cristã, que a fez
consagrar-se, secretamente, ao Senhor Jesus, e oferecer, perpetuamente, a sua
virgindade. Um dia ela e sua mãe foram peregrinar à cidade de Catânia onde se
encontrava o corpo da grande Santa Águeda, que morrera por não se converter aos
deuses romanos.
Luzia
pedia então a sua mãe para que esperassem todos e saíssem da Igreja, para que
elas pudessem ir rezar junto ao corpo de Santa Águeda. Durante esse tempo de
oração Luzia dormiu, e em êxtase sonhou que anjos rodeavam Santa Águeda, e que
a mesma lhe disse: "Lúcia minha irmã, por que pedes a mim uma coisa que tu
mesma podes conceder?"
Luzia
rapidamente saiu do êxtase e despertou do sonho. Foi procurar a sua mãe, que
lhe disse que tinha sido curada. Lúcia aproveitou esse momento para revelar à
mãe que tinha feito um voto de castidade a Jesus, e que iria distribuir todos
os seus bens aos pobres.
A
sua mãe disse: "Luzia minha filha, tudo o que é meu e de teu falecido pai
é teu, por isso faz o que quiseres." Ao chegar a casa começaram a
distribuir todos os seus bens aos pobres.
Tomando
conta do que estava a suceder, um jovem muito rico e pagão, politeísta de
nascença, que já era apaixonado por Luzia, foi perguntar à mãe de Luzia o
motivo de tanto esbanjamento de dinheiro, ao que Eutíquia respondeu:
"Luzia é muito providente; e é porque julga os bens do Paraíso Celeste
muito mais valiosos do que esses que estamos fazendo isso".
O
jovem não entendeu o significado de "bens" do Paraíso Celeste, por
isso entendeu como quis e voltou para casa. Os dias foram-se passando e Lúcia e
sua mãe iam dando mais e mais dinheiro aos necessitados assim dilapidando a
grande fortuna da família, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era
cristã, tendo-a denunciado ao governador (prefeito romano) de Siracusa,
Pascasio, o qual ficou furioso com a grande fé cristã de Lúcia, tendo-a mandado
ao Imperador Diocleciano, que tentou persuadi-la a se converter aos ídolos.
Luzia mostrou-se cheia do Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano.
Vendo que nada a convertia, decidiu-se pelo seu martírio.
Diocleciano,
vendo que nada a convertia, mandou-a para uma casa de prostituição, mas foi em
vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Nem mesmo uma junta de bois conseguiu.
Os soldados saíram envergonhados; seus pés estavam como que fincados no chão,
como raízes de plantas. Naquele tempo, as virgens tinham mais medo de perder a
virgindade do que enfrentar uma cova cheia de leões.
Como
nada dera certo, tentaram atear-lhe fogo, o que fez com que Luzia rezasse a
seguinte oração: "Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixeis que estas
chamas me façam mal algum." As chamas nada fizeram contra ela, nem mesmo
vermelhidão no seu corpo deixaram, por isso retiraram-na do fogo.
Foi-lhe
então aplicado o castigo mais cruel depois da degolação. Como Luzia não se
convertia aos deuses romanos, um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os
olhos e entregou-lhes num prato, mas, milagrosamente, nasceram-lhe no rosto
dois lindos olhos, sãos, perfeitos e mais lindos do que os primeiros.
Vendo
que nada a convencia a converter-se ao paganismo, deceparam-lhe a cabeça no
momento em que Luzia dizia: "Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi
amor e fidelidade." No mesmo instante a sua cabeça rolou pelo chão. Era 13
de dezembro do ano de 304 d.C.
Os
cristãos recolheram-lhe o corpo e o sepultaram nas catacumbas de Roma. A sua
fama de santa se espalhou por toda a Itália e Europa, e depois para todo o
mundo, sendo hoje venerada e honrada como a "Santa da Visão".
Devoção
popular
Sendo
uma santa bastante venerada no interior da Região Nordeste do Brasil, várias
pessoas não trabalham nesse dia, sobretudo as que trabalham com atividades que
precisam de uma visão apurada, como costureiras. A crença dessas pessoas é que,
desse modo, estarão, prestando respeito à santa, conservando a qualidade de sua
visão. Também em alguns lugares existe uma tradição de colocar um prato com
capim na noite da véspera do dia em homenagem à santa e ganhar doces no dia
seguinte. Tradição que aos poucos vai desaparecendo com as novas gerações.
IMAGENS
01
– Santa Lucia-Luzia pintura exposta na Igreja de São Jeremias e Santa Lucia,
Veneza, Jacopo Palma, o Jovem.
02
- Martírio de Santa Lucia, pintura de Mario Minniti
03
- Estátua de Santa Lúcia na Catedral de Siracusa.
04
- Santa Lúcia por Lorenzo Lotto.
05 - O Martírio e a Última Comunhão de Santa
Lúcia", Paolo Veronese
Por
Alberto Araújo – Focus Portal Cultural
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lúcia_de_Siracusa