23 de junho de 2010

AMIGOS INSUBSTITUÍVEIS








AMIGOS INSUBSTITUÍVEIS





Amigos são:
Aqueles que julgamos
Imprescindíveis – amigos são os
Que guardam a nossa amizade no coração.

Amigos são:
Os que trazem a emoção – e que na vida
Indicam a seta da boa direção.

Amigos são:
Simplesmentes a luz no meio da escuridão.

Amigos são:
Os que te querem vencedor, persistente
Um gigante. Que devemos aprender com erros
E acertos. São os que te doam a vida em qualquer ocasião.

Amigos são:
A esperança na longa estrada
Um sorriso escancarado – aqueles que te socorrem
Em qualquer aflição.

Amigos são:
A experiência viva e usufruída; é a certeza de que
Seremos felizes em qualquer estação.

Amigos são:
Os lírios dos campos
São todos os colegas que fizeram
Letras-português em 2009
E aqui estão. Amigos;
É para vocês
Este poetar feito com
Muito amor e emoção.






Aos meus amigos de Letras-português 2009.
ALBERTO ARAÚJO
LUZILÂNDIA (PI), 22-06-10.

AS DUAS FACES








AS DUAS FACES


Afirma-se que um famoso pintor do renascimento, quando pintava um quadro sobre o menino Jesus, após conceber e fazer os primeiros estudos, procurou uma criança que lhe servisse de modelo para a face do Mestre, na infância.

Procurou em muitos lugares até encontrar um pequenino sujo, que brincava nas ruas. O menino retratava no olhar e na face toda a pureza, bondade, beleza e ternura que se podia conceber.

Explicou-lhe o que desejava e, ante a autorização da família, levou-o para posar no seu atelier, retribuindo-lhe o trabalho com expressiva soma em moedas de ouro.

Anos depois, o artista desejou pintar outro quadro. Dessa vez iria retratar Judas. E saiu em busca de alguém que pudesse lhe oferecer o rosto do traidor.

Em mercados e praças públicas, tavernas e antros de costumes perniciosos por onde esteve à procura, não encontrou ninguém que se assemelhasse, em aparência, ao discípulo equivocado.

Já havia desanimado de procurar e pensava em desistir, quando, visitando uma taberna de má qualidade, se deparou com um delinqüente embriagado, em cujo olhar e semblante se encontravam os conflitos do traidor, conforme a concepção que dele fazia.

A barba endurecida, a cabeleira mal cuidada, eram a moldura para o olhar inquieto, desconfiado, num rosto contorcido pelo desconforto íntimo, formando um conjunto de dor e revolta, insegurança e arrependimento ímpares.

Comovido com o fato, o artista convidou aquele homem para posar, ao que ele respondeu que só faria sob a condição de boa recompensa financeira.

O pintor começou a obra e percebeu, após algumas sessões, que a face congestionada daquele homem se modificava a cada dia, perdendo a agressividade e a perturbação.

Um dia resolveu perguntar ao modelo o porque de tal transformação, ao que ele, um tanto melancólico, respondeu:

Posando nesta sala, recordo-me que há alguns anos atras, eu servi ao senhor de modelo para a face do menino Jesus...

Eu sou aquele garoto em cujo rosto o senhor encontrou a paz e a beleza do Justo traído...

O dinheiro que ganhei, em face da minha imaturidade, mais tarde pôs-me a perder e, de queda em queda, numa noite em que me embriaguei, por uma disputa insignificante matei outro homem.

Condenado num julgamento arbitrário, envenenei-me de ódio...

Agora, pisando neste lugar outra vez, recordo daquele tempo e retorno, emocionalmente, a Ele, e me acalmo...

Paradoxalmente, o mesmo indivíduo ficou retratado na face de Jesus menino e de Judas, em duas fases diferentes da mesma vida.

***

Muitos de nós, simbolicamente, temos os nossos dias de traído e de traidor.

Dias em que trazemos na face a expressão da bondade e da ternura. E dias em que somos o retrato vivo do desespero.

É nesses dias difíceis que devemos buscar, emocionalmente, a serenidade dos dias de luz e seguir em frente com vontade de imprimir, de vez por todas, a face justa e bela do nosso modelo maior, que é Jesus Cristo.



ESPECIAL:
(Adaptação do cap. 28 do livro Seara do Bem.)
Fonte: http://www.reflexao.com.br/

21 de junho de 2010

VOCÊ NASCEU PARA SER VENCEDOR




Você nasceu para ser vencedor

Incessantemente, busque a sua identidade real, isto é, descubra-se, para o seu próprio bem. Em qualquer circunstância, mantenha-se você mesmo.

Não se apresente superior ao que é, nem se subestime, a ponto de parecer o que não seja. Ser autêntico é forma de adquirir dignidade.

Quem hoje triunfa, começou a batalha antes.

Quem está combatendo, alcançará a vitória logo mais.

Você nasceu para ser vencedor.

Um vencedor é sempre parte da resposta.

Um perdedor é sempre parte de um problema.

Um vencedor sempre tem um programa.

Um perdedor sempre tem uma desculpa.

Um vencedor diz: Deixe-me ajudá-lo.

Um perdedor diz: Não é minha obrigação!

Um vencedor enxerga uma reposta para cada problema.

Um perdedor enxerga um problema para cada resposta.

Um vencedor diz: Pode ser difícil, mas é possível.

Um perdedor diz: Pode ser possível, mas é difícil.

Rudyard Kipling, também criador do personagem Tarzan, escreveu com grande lucidez, o poema que denominou Se...,e diz o seguinte:

Se és capaz de manter a tua calma quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa;

De crer em ti quando estão todos duvidando e para esses, no entanto, achares uma desculpa;

Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso;

Ou, sendo odiado, sempre do ódio te esquivares;

E não parecer bom demais, nem pretencioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;

De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;

Se encontrando a derrota e o triunfo, conseguires tratar da mesma forma a esses dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas em armadilhas as verdades que dissestes, e as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida e perder, e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida;

De forçar coração, nervos, músculos, tudo e dar seja o que for que neles ainda existe, e a persistir assim quando, exausto, contudo resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe não te corromperes. Rntre reis, não perder a naturalidade, e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes;

Se a todos podes ser de alguma utilidade; e se és capaz de dar segundo por segundo, ao minuto fatal todo teu valor e brilho;

Tua é a Terra com tudo que existe no mundo, e - o que ainda é muito mais - és um homem, meu filho!

* * *


Seja amigo da verdade, sem a transformar numa arma de destruição ou de ofensa.

O vencedor comete erros e diz: Eu estava errado. O perdedor diz: Não foi minha culpa.

Guie-se sempre pela decisão que produza menor soma de prejuízos a você mesmo e ao seu próximo.

O vencedor transpõe o problema. O perdedor dá voltas ao redor do problema.

Você não é um observador distante da vida.

Você está na condição de membro do organismo universal, investido de tarefas e responsabilidades, de cujo desempenho resultarão a ordem e o sucesso de muitas coisas.

O vencedor trabalha mais arduamente que o perdedor e tem mais tempo.

O perdedor está sempre muito ocupado, talvez evitando o fracasso...

Considere-se pessoa valiosa no conjunto da Criação, tornando-se cada dia mais atuante na obra do Pai e fazendo-a melhor conhecida e mais considerada.

Você é herdeiro de Deus, e o Universo, de alguma forma, também lhe pertence.

Cada dia vencido são vinte e quatro horas que você ganhou.






ESPECIAL:


Redação do Momento Espírita, com transcrição do poema Se... , de Rudyard Kipling, tradução de Guilherme de Almeida, do livro Um presente especial, de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.

18 de junho de 2010

NOTA DE FALECIMENTO


JOSÉ SARAMAGO



Morreu nesta sexta-feira (18) o escritor português e prêmio Nobel de literatura José Saramago, aos 87 anos, na cidade de Tías, Lanzarote, Espanha, onde morava desde 1993.

José Saramago havia tido uma noite tranquila e a morte ocorreu por volta das 8h desta sexta-feira, após tomar seu café da manhã ao lado da mulher, a tradutora Pilar del Río. Eles estavam conversando quando o escritor começou a sentir-se mal e logo depois faleceu. Nos últimos anos, ele foi hospitalizado em várias oportunidades, principalmente deivdo a problemas respiratórios.

José de Sousa Saramago nasceu na aldeia portuguesa de Azinhaga, província de Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, embora no registro oficial conste o dia 18. Filho dos camponeses sem terra José de Sousa e Maria da Piedade, mudou-se para Lisboa aos 2 anos, onde viveu grande parte de sua vida.

O escritor deveria ter sido registrado com o mesmo nome do pai, mas o tabelião acrescentou o apelido pelo qual o chefe da família era conhecido na aldeia, Saramago, que também dá nome a uma planta que serve de alimento para os pobres em tempos difíceis.

Saramago concluiu os estudos secundários em uma escola técnica, mas não pode cursar a universidade por dificuldades financeiras. Sua primeira experiência profissional foi como mecânico. Fascinado pela literatura desde jovem, visitava com grande freqüência a Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias, na capital portuguesa. Foi só aos 19 anos, com dinheiro emprestado de um amigo, que conseguiu comprar pela primeira vez um livro.

Além de mecânico, o escritor português trabalhou como desenhista, funcionário público, editor, tradutor e jornalista. Durante doze anos, foi funcionário de uma editora, onde ocupou os cargos de diretor literário e de produção.

Publicou o seu primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947. Em 1955, começou a fazer traduções de autores como Hegel, Tolstói e Baudelaire para aumentar os rendimentos. Seu próximo livro, Clarabóia, foi rejeitado pela editora e permanece inédito até hoje.

O escritor só publicaria um novo livro, Os Poemas Possíveis, (1966), dezenove anos depois do primeiro. Entre 1972 e 1973, foi comentarista político do Diário de Lisboa, coordenando durante alguns meses o suplemento cultural do jornal. Em um espaço de cinco anos, publicou sem grande repercussão mais dois livros de poesia, Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975).

O escritor fez parte da primeira diretoria da Associação Portuguesa de Escritores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do Diário de Notícias, quando os militares portugueses, reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos, demitiram diversos funcionários. A partir de 1976, o escritor português passou a viver exclusivamente de seu trabalho literário.

No ano seguinte, o autor voltou a escrever romances, gênero que o tornou mundialmente conhecido. A partir desta época, sua produção literária cresce consideravelmente, mas é em 1980 que Saramago dá uma grande guinada em sua produção literária, com a publicação de Levantado do Chão.

Segundo diversos críticos, a obra marca o início do estilo que o consagrou, destacado por frases e períodos extensos, que as vezes ocupam mais de uma página e são pontuados de maneira anti-convencional. Os diálogos entre os personagens costumam aparecer inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma a extinguir o uso de travessões em seus livros.

Com a censura do governo português à apresentação do livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) para o Prêmio Literário Europeu sob alegação de que a obra ofendia os católicos, o escritor mudou-se para a ilha de Lanzarte, nas Canárias.

Em 1993, Saramago começou a escrever um diário, Cadernos de Lanzarote, em cinco volumes. Dois anos depois, publicou o romance O Ensaio Sobre a Cegueira, que será transformado em filme em 2008, com direção assinada por Fernando Meirelles.

No mesmo ano em que publicou Ensaio Sobre a Cegueira, recebeu o prêmio Camões e em 1998, foi laureado com o prêmio Nobel de literatura, o primeiro dado a um escritor de língua portuguesa.

"Estava no aeroporto prestes a embarcar quando chegou a notícia de que tinha ganho o Prêmio Nobel. Houve um momento de alegria, os meus editores de Madrid, que estavam comigo, abraçaram-me. Depois encaminhei-me na direção da saída e, por mais estranho que pareça, era um corredor muito comprido e deserto. Eu com a minha malinha de mão, com a minha gabardina no braço, passei de repente da alegria enormíssima da notícia que tinha recebido, para a solidão mais completa. Naquele momento a sensação que tive, claro que eu dava por mim numa grande alegria, era uma espécie de serenidade: pronto aconteceu", afirmou o escritor sobre o prêmio.

Considerado por especialistas um mestre no tratamento da língua portuguesa, em 2003 o escritor português foi considerado pelo crítico norte-americano Harold Bloom como o mais talentoso romancista vivo. Seus livros foram traduzidos para mais de vinte línguas, como sueco, romeno e húngaro.

Comunista ferrenho, Saramago teve sua carreira pontuada por polêmicas causadas por suas opiniões sobre religião, terrorismo e conflitos. Em entrevista ao jornal O Globo, Saramago criticou a posição de Israel no conflito contra os palestinos, afirmando que "os judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto".

A Anti-Defamation League (ADL), um grupo judaico que defende direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas.

O ano de 2004 destaca-se pela publicação de Ensaio Sobre a Lucidez. No ano seguinte, Saramago escreveu As Intermitências da Morte, em que divaga sobre a vida, a morte, o amor e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência, fazendo uma crítica a sociedade moderna.

O escritor lançou também As Pequenas Memórias, em 2006, A Viagem do Elefante, 2008, e Caim, no fim do ano passado. O último retorna ao tema da religião em um romance que lembra seu controvertido O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), obra que despertou forte polêmica em Portugal, país de grande tradição católica.

No início do ano, José Saramago lançou uma nova edição do livro A Jangada de Pedra (1986), que teve toda a sua renda revertida para as vítimas do terremoto no Haiti.

Atualmente estava preparando um livro sobre a indústria do armamento. "Não será sobre o Corão, mas será sobre algo tão importante quanto todos os corões do mundo: por que não há greves na indústria do armamento. Uma greve na qual os operários digam: 'Não construímos mais armas'", afirmou, em entrevista em novembro.

Saramago no cinema
Em 2008, o cineasta Fernando Meirelles fez o filme Ensaio sobre a Cegueira (Blindness), baseado no livro homônimo do escritor, lançado em 1995. A produção abriu o Festival de Cannes do ano em que foi lançada.

No elenco estão os veteranos Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover, Gael García Bernal e a brasileira Alice Braga. O filme foi gravado em Toronto (Canadá), Montevidéu (Uruguai) e São Paulo (Brasil).

Família
Saramago casou-se pela primeira vez em 1944 com Ilda Reis, com quem teve uma filha, Violante, que nasceu em 1947. O escritor permaneceu casado com Ilda por 26 anos.

Após se divorciar, em 1970, iniciou um relacionamento com a escritora portuguesa Isabel da Nóbrega, que duraria até 1986.

Em 1988, o prêmio Nobel de Literatura casou-se novamente com a jornalista e tradutora espanhola María Del Pilar Del Río Sánchez, com quem permaneceu até a sua morte.








FONTE:LITERATURA PERIFÉRICA.

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17 de junho de 2010

FLOR DO DESEJO





Para um grande amor


FLOR DO DESEJO






Uma branca flor- uma flor branca
No limiar brota feliz

E ultrapassa as cores, alegria...
E um sentimento desperta.


Um ávido desejo
De sugar o néctar.



Flor,
Um presente divino


Flores;
Tem cheiro
Tem sabor
Tem destino.




16-06-10

ALBERT ARAÚJO
site oficial: www. albertaraujo.recantodasletras.com.br










16 de junho de 2010

ALBERTO ARAUJO MINHAS POESIAS & AMIGOS: A ARTE DE SER FELIZ

ALBERTO ARAUJO MINHAS POESIAS & AMIGOS: A ARTE DE SER FELIZ

A ARTE DE SER FELIZ




Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lopes de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.



Cecília Meireles


ORAÇÃO DA FAMILIA

Foi Deus quem Fez Você

11 de junho de 2010

ESCOLAS OU PRESÍDIOS?







Escolas ou presídios?




A história daquele jovem de 18 anos, não é diferente das histórias de muitos jovens pobres dessa idade, em nosso país e nos demais países subdesenvolvidos. Ele estava ali, contra o muro, ao lado do carro roubado, em frente às câmeras e ao repórter que fazia a matéria para levar ao ar num desses programas de TV que exploram as misérias humanas. O jovem estava vestido com visível pobreza. Camiseta, bermuda e "chinelo de dedo". Em pé, com as costas no muro, ele apertava as pálpebras para evitar que as lágrimas caíssem, mas elas brotavam, teimosas, e rolavam pelo seu rosto amedrontado, apavorado, indefeso. Ele não havia roubado o carro, era apenas o entregador. Perseguido pela polícia, na curva de um viaduto ele perdeu a direção do veículo e se chocou contra a murada. Agora estava ali, com as mãos algemadas e rodeado por policiais e pelos repórteres. O outro garoto que estava com ele no carro no momento do acidente não era focalizado, já que era menor de idade. O repórter, que sabia parte da história, perguntou ao jovem, desejando saber mais sobre o assunto: "Sabemos que você não roubou esse veículo, mas poderia dizer para onde iria levá-lo?" E a resposta do jovem: "Nóis não sabe. Nóis tava levando o carro e alguém ia informá pra nóis o que era pra fazê."
Não havia dúvida...
Estava ali a prova da nossa falência, como sociedade, dita civilizada. Todos nós, brasileiros, somos responsáveis pelo que aconteceu com aquele jovem e com os demais jovens e crianças do nosso país. Sim, ele, como os demais, é um dos filhos da nossa pátria, e, portanto, responsabilidade nossa. Quando não se constroem escolas, é preciso construir presídios para segregar os delinqüentes, que não tiveram acesso às letras. Sem dúvida que o acesso à escola não é garantia de honestidade, e disso temos provas diariamente. No entanto, a falta de escola tem sido a grande responsável pela delinqüência de nossas crianças, adolescentes e jovens. E esse era o caso daquele garoto, que ainda trazia no rosto o semblante da inocência, da fragilidade, da insegurança, do abandono social. Não havia dúvida de que era fruto da miséria, filho de pais que também não tiveram acesso à escola, ou talvez nem tivesse pais. Pelas necessidades que portava, foi usado por alguma quadrilha de ladrões de carros. Para ganhar alguns trocados e sobreviver, arriscava a própria vida. Talvez você esteja se perguntando: "E o que eu tenho a ver com isso? Isso é problema dos governantes." Mas a própria consciência lhe pergunta: "E se fosse seu filho, seu irmão, seu neto, seu sobrinho?" É preciso, não há dúvida, socorrer a infância, construir escolas, criar condições de acesso das crianças ao estudo, à alimentação, à moradia, à segurança. Ou, então, não restará outra opção a não ser construir presídios e mais presídios... E vale considerar que os custos de manutenção de um detento, em nosso país, é muito, mas muito maior do que os custos de um aluno na escola. Além disso, o cárcere tem outros tantos prejuízos para o indivíduo e para a sociedade, que não deixa dúvida que a escola é a melhor e mais barata das alternativas. E a decisão, como sempre, é nossa.

Pensemos nisso!



Fonte: http://www.momentodereflexão.com.br/
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita com base em fatos reais.

6 de junho de 2010

POR QUE MATAR SEU FILHO?




Por que matar seu filho?


Os três funcionários daquela seção já não eram apenas colegas de trabalho, eram bons amigos.

A senhora que ocupava o cargo de chefia era uma espécie de mãe para os dois rapazes que dividiam com ela as atividades diárias.

O horário de expediente não era próprio para intensificar a amizade, e o tempo do cafezinho era curto para travar uma conversa mais demorada. Por essa razão o moço Ronaldo, já casado, convidou o amigo para visitar sua casa.

Raul, o jovem solteiro, passou a frequentar o lar do colega e os laços do afeto se estreitaram também com sua jovem esposa.

Passado algum tempo, o casal comemorava o nascimento da primeira filha. A alegria tomou conta daquele lar com a chegada da pequena Ana Cláudia.

O tempo passou e, um dia, Ronaldo chegou ao trabalho meio cabisbaixo, o que não passou despercebido ao amigo, sempre atencioso e sensível.

O que está acontecendo, meu amigo? Perguntou Raul.

Ronaldo disse-lhe que algo o estava preocupando muito, mas agora não era o momento para falar no assunto.

Naquele dia ele convidou Raul para tomar o cafezinho, alguns minutos antes. Precisava desabafar.

Mal se sentaram à mesa e Ronaldo disse ao amigo: Você sabe que minha filha acaba de fazer dez meses e minha esposa está grávida outra vez?

Não deu tempo para o amigo se manifestar e completou, aborrecido: Mas eu não vou aceitar esse filho. Já marcamos o aborto para amanhã cedo. Vamos tirar a criança.

Raul sentiu como se o chão lhe faltasse sob os pés. Como cristão, não conseguia entender como um pai e uma mãe têm coragem de cometer um crime desses.

Ronaldo continuou suas justificativas dizendo: Não dá para aceitar um filho logo em seguida do outro. Nossa menina está com apenas 10 meses...

Raul agora entendera melhor as razões do amigo e perguntou com sincera vontade de obter uma resposta séria: Mas, e por que você deseja matar seu filho?

A pergunta caiu como uma bomba no coração de Ronaldo. Ele ainda não havia pensado na gravidade da situação.

Pensara em abortamento, mas não no que ele representa: um homicídio.

Raul ainda lhe fez mais uma pergunta: E se sua filha vier a morrer, como ficarão as coisas?

Ronaldo ficou desconcertado, abaixou a cabeça, terminou de tomar seu café e voltaram, ambos, para o trabalho.

Raul tinha atividades no seu templo religioso e como a reencarnação é parte das suas convicções, rogou com fervor a Deus para que salvasse aquela criança.

No dia imediato, os dois chegaram à seção, no período da tarde, pois trabalhavam só meio expediente, mas Raul não teve coragem de perguntar nada ao amigo. Temia pela resposta.

Mas Ronaldo tomou a iniciativa, dizendo: Minha esposa e eu não conseguimos dormir esta noite...

O coração do amigo bateu acelerado... mas não falou nada.

Logo, Ronaldo concluiu: Resolvemos deixar que venha mais um....

Raul explodiu em lágrimas de profunda alegria e alguns meses depois estava na festa de um ano de Ana Paula, a segunda filha do casal, contemplando, feliz, o paizão exibindo as duas meninas, uma em cada braço.

O tempo passou. Um dia, após retornar de breve viagem, Raul não encontrou o amigo na repartição, e quis saber o que havia acontecido.

A chefe lhe falou: Então você ainda não sabe?

Não, me diga o que houve, por favor. E a notícia lhe abalou novamente a estrutura ao ouvir a resposta:

A filha mais velha do Ronaldo morreu.

Raul dirigiu-se imediatamente para o lar dos amigos para encontrar o casal em profunda tristeza.

Ronaldo, que chorava discretamente com a segunda filha adormecida em seu colo, disse com profunda dor ao amigo:

Quero lhe agradecer por ter salvado minha vida. Sim, porque se você não tivesse evitado que eu matasse Ana Paula, a essa hora eu já teria matado a mim, movido pelo remorso e pelo desespero.

Os amigos se abraçaram e choraram juntos por algum tempo. Mas Raul não esqueceu de agradecer a Deus por ter atendido as suas preces, poupando a vida daquela criança, que agora dormia, serena, no colo do pai, que um dia havia pensado em matá-la, no ventre da mãe.



ESPECIAL:
Redação do Momento Espírita, com base em história contada por Raul Teixeira em palestra na Comunhão Espírita Cristã de Curitiba-PR, em 11.04.2002.

3 de junho de 2010



A CIDADE QUE ENCANTA



a cidade de Niterói


Essa cidade
é do Rio – cor rubra
amplitude que as vezes se desvaira.


asa divina no céu
que colore a farda do voo profundo
do homem - depois o alimenta em cada fósforo
em cada gesto azul da gravata.

essa cidade...
é casta caligrafia
ou pura serpente alongada
que se envenena na plástica maresia.

mas ao nascer do sol
essa cidade se espanta
rua da escada da sabedoria onde mora Deus.


essa cidade...
é moça (des) coberta – ou deserta
em cada tijolo – em cada fibra
essa cidade é extremamente santa.


[...] essa cidade
é paisagem – dilatada em ventania
e o sol sobrevoa seu mundo – e as
águas brotam do céu – a ave e a flor
sempre no outono se reencontra.


essa cidade...
quando chove – tateia o impossível
e o homem nunca é caricatura
é tarde que surge no horizonte
que de cristal se encanta.


ALBERT ARAÚJO
25-05-10.
Site oficial: www.albertaraujo.recantodasletras.com.br

2 de junho de 2010




O BOM PASTOR

Era uma vez um casal de ateus que tinha uma filha menor। Os pais, por não acreditarem em Deus, nem em Jesus, jamais falaram sobre o assunto com a menina। Ela nunca havia visto nem ouvido nada que se referisse ao Sublime Galileu, o bom Pastor. Numa noite de temporal, um raio caiu sobre a casa e fulminou os pais diante dos olhos assustados da pequena, que tinha seis anos de idade naquela época. A menina não tinha nenhum parente ou amigo que a acolhesse e por isso foi encaminhada para a adoção. Em pouco tempo ela ganhou um novo lar.
Sua mãe adotiva, por ser cristã dedicada, levou-a ao templo religioso para que a mocinha conhecesse as leis de Deus e ouvisse falar de Jesus de Nazaré, o mestre que veio à terra para ensinar o caminho que conduz ao pai. Antes de entregar a criança à evangelizadora, a mãe teve o cuidado de explicar que a menina jamais havia escutado falar de Jesus e que ela, por favor, tivesse paciência. O Natal estava próximo e, justo naquele dia, a aula seria sobre Jesus.
A moça, após receber todas as crianças com muito carinho e fazer a prece inicial, projetou uma imagem de Jesus na tela e perguntou a todos:
"Alguém sabe quem é esta figura?"
A menina foi a primeira a levantar o braço e falar com alegria:
Eu sei, eu sei, tia! Esse é o homem que estava segurando na minha mão na noite em que meus pais morreram..."
Jesus é o amigo invisível que nos sustenta nas horas mais difíceis da jornada. Como um Bom Pastor, ele conhece e vela por todas as suas ovelhas, independente de credo ou religião. Estrela de primeira grandeza, pode abarcar com Seu olhar de luz toda a humanidade e balsamizar com Seu amor as dores mais cruéis. Divino Amigo está sempre atento aos apelos mais secretos vindos de corações dilacerados. Médico das almas socorre aos primeiros gemidos, todos aqueles que O buscam com sinceridade. Irmão Maior sabe entender e tolerar a rebeldia dos irmãos menores. Mestre por excelência, não se cansa de ensinar as lições nobres que nos libertarão da ignorância e nos conduzirão a mundos celestes, nas muitas moradas da casa do Pai, que Ele mesmo está preparando para todos nós. Companheiro dedicado, nunca abandona Seus irmãos matriculados na escola de redenção que se chama Terra. Alma abnegada, ama sem discriminar e perdoa sempre. Compreende a pequenez humana e releva as fraquezas dela decorrentes. Jesus é o farol sempre aceso a nortear os caminhos, do qual estamos há apenas uma oração de distância.

***

O amor de Jesus por Seus irmãos da Terra é tão grande que O fez sofrer a cruz injusta...
Tolerar a dor...
Relevar o desprezo...
Dialogar com os presunçosos...
Ensinar os interessados...
Compreender os equivocados...
E, por fim, colocar-se como o Bom Pastor dizendo:
"Tende bom ânimo! Eu estou aqui". "Nunca estareis a sós.

ESPECIAL

Redação do Momento Espírita