17 de novembro de 2008


SAUDADE



Saudade
É uma ausência acinzentada
Que atropela o coração
Deixando uma crosta dolorosa
E emudecida no canto do peito esquerdo


Saudade
É uma efígie fria que se acortina
No chão da alma
É uma coisa torrificante
Que dilacera a região ladrilhada
Por onde percorre a cachoeira
Sanguínea


Saudade
É uma angústia espiralizada
Que enlaça os dias que faltam
Para se ver a pessoa amada
É a irmã gêmea da tristeza
Que vem em instante em instante
E não sabemos quando findará


Saudade
É um beijo estéril esquivado em soluço
Que o céu somente aflama
Quando quem se ama aparece.


ALBERT ARAÚJO
16-04-08
site: www.albertaraujo.recantodasletras.com.br