30 de setembro de 2014

ATÉ QUANDO TEREMOS ÁGUA? TEXTO DO JORNALISTA DO JORNAL UNIDADE LOBO JOSÉ




ATÉ QUANDO TEREMOS ÁGUA?




Caros leitores, talvez algum de vocês que me acompanha há muitos anos neste Jornal,  já se deparou com  artigos que escrevi sobre a “água”, este  maravilhoso e insubstituível bem que a natureza nos dá, ou melhor nos tem dado, pelo menos até agora, e que já está se tornando rara e de alto custo, pelos diversos problemas causados pelo homem.

Foram vários os artigos, em 1997/1998, 2004 e outros mais recentes. Interessante é que procurei manter o mesmo titulo: “A ÁGUA ESTÁ ACABANDO -  Não deixem a água acabar -  relembrem, por exemplo este: ”Caros Leitores, estamos iniciando mais  um  ano e  nada melhor do que aproveitar esse novo tempo para falar  sobre um assunto que me parece de grande importância para   sobrevivência  de tudo o que tem vida sobre a face da terra. Refiro-me  a água.

Diariamente, os meios de comunicação, já há algum tempo, nos alertam para  a situação em que nos encontramos com relação ao cuidado que devemos ter com as reservas de água existentes: Os rios, as lagoas, as vertentes, os reservatórios estão poluídos de tal maneira que muitos deles podem ser considerados mortos.

Ora, sem água nada sobrevive,  os animais e as plantas morrem, as chuvas escasseiam, o Sol se torna mais  abrasador, os ventos serão mais frequentes e mais violentos, os desertos aparecem etc., etc.

Perdoem-me, não estou querendo ser pessimista e sim realista.

Também,  não sou especialista nem tenho em mãos dados estatísticos para discutir em profundidade  o assunto, porém, a experiência  que tenho de vida tanto no interior como na cidade, aliada a observações pessoais e algumas leituras  me permitem  falar ou escrever sobre este precioso líquido.

Acompanhem, por favor, o meu raciocínio, principalmente você que tem algumas décadas de vida. Lembram-se dos nossos invernos, dos verões, das primaveras e dos outonos? Eram todas estações perfeitamente  definidas [...]”.
Hoje olhamos para trás e percebemos que nada foi ou está sendo feito para resolver este problema importantíssimo para a sobrevivência de todo ser vivo. No ultimo artigo falei sobre planejamento a curto médio e longo prazo, tão relegado principalmente pelos nossos políticos. O “assunto água” volta com toda força ao cenário e  merece de todos nós imediatos  planos a curtíssimo, médio e longo prazo, sem os quais a vida sobre a terra ficará impraticável. Sempre ouvimos políticos afirmarem que vão despoluir a Baia de Guanabara e outras baias , cuidar das   nascentes de rios,  desassorrear rios, lagos, açudes, cuidar das margens de todos os mananciais hídricos  etc.  pelo Brasil a fora. Pouco ouvimos falar sobre as nossas praias que recebem toda sujeira que vem pelos rios. Bom se fossemos listar todos os problemas teríamos um ou mais  livros  para contê-los e várias ideias e sugestões para a solução. Há anos ouvimos dizer que – caso particular – a Baia de Guanabara está sendo despoluída com dinheiro dos Bancos A, B, C, etc, inclusive com empréstimos internacionais, mas o que se percebe é que nada foi nem está sendo feito. E o dinheiro para onde foi? Teremos as olimpíadas brevemente e uma ou mais modalidades de esporte será realizada nesta baia e os esportistas já estão preocupados e reclamando da poluição e da possível  inviabilidade  da competição. Isso é grave e demonstra que não há interesse em resolver esse problema. Será que existe planejamento nesse sentido?

Atualmente a população do Estado de São Paulo está sofrendo com a escassez desse precioso liquido em várias cidades. O que fazer? Racionar? Fazer transposição de outros rios? Como? Quem tem sede não pode esperar. A água é para o momento e não para daqui a algum tempo ou alguns anos. O planejamento já devia ter sido feito há muito tempo, ou melhor o planejamento deve ser permanente, isto é, “antes do a curto prazo”, mas nossos políticos não se mexem pois isto não redunda em votos nem em “status”.

Os jornais noticiam que o Governo de São Paulo pensa numa solução mágica – para tirar a brasa ou o problema de suas mãos e transferir para o próximo governo – transpor água do Rio Paraíba do Sul depois de sua passagem pelo Estado de S. Paulo. Vejam que este Rio – que já está no “caroço”, como se diz, agonizante em vários lugares, ao longo do seu curso com represas, utilização por industrias, recebimento de lixo oriundos de afluentes etc. da montante à jusante. Esse disparate proposto pelo Governo de S. Paulo chegou aos ouvidos da população fluminense e vários políticos e o povo em geral já se manifestam veementemente contra esta ”solução descabida” e que não resolve o problema.
Ora, há quantos anos se fala em aquecimento global, poluição dos mananciais hídricos, principalmente por agrotóxicos e lixo, desertificação em varias regiões pela falta de chuvas, queimadas indiscriminadas, lixiviação da terra, destruição da mata ciliar e dos mangues, construção desenfreada principalmente  próximas das ribanceiras  ou bem próximas dos rios, lagos e lagoas. Destruição das matas e dos cerrados, etc. Com isso o que vemos ao longo do tempo é a migração do homem da área rural para as periferias das cidades pois a vida em seu antigo habitat  está impraticável pela escassez d’água, desertificação do solo, morte dos poucos animais que lhe ajudavam na sobrevivência, falta de emprego, carência de alimentos, de educação, de saúde, além da extinção de animais e da flora  etc. As cidades incharam nas periferias sem nenhum planejamento e passaram a contribuir desta forma para sérios problemas como residências precárias,  violência, corrupção, desemprego, falta de mobilidade, saúde e educação precárias, falta de saneamento básico etc.

Urge que nossos governantes  revejam suas posições, principalmente cumprindo o que muitos prometeram em suas  campanhas eleitorais e arregacem as mangas, independente de partido e ideologia política e, em mutirão comecem a planejar o agora, o daqui a pouco e o futuro mais distante com programas sérios para resolver todos os problemas que atingem a população, neles incluindo o problema da água.

O fato é que percebemos que uma parte do Brasil sofre todo ano, de forma mais ou menos cíclica,  com enchentes e/ou chuva em demasia, com os rios subindo e destruindo tudo pelo seu caminho, ao passo que em outras partes a seca aumenta a cada dia, sem chuva e avançando na desertificação do solo. Será que não se pode pensar, da mesma forma que se distribui energia elétrica com redes que cortam o Brasil de Ponta a ponta em redes distribuidoras de água também cortando o Brasil de norte a sul, com  elevatórias, represas etc., tudo de forma planejada e  racional, sem agredir  ou destruir a natureza? Ai está uma sugestão para os nossos cientistas, estudiosos do assunto, políticos e a população em geral.

Não podemos esquecer de que O Criador ao Criar todas as coisas, disse que “tudo é bom” Livro do  Genesis. Logo tudo o que foi Criado deve ser preservado e cuidado com amor: As águas (do mar e dos rios), as plantas, os animais, etc.  a terra e o Universo. Todos nós fazemos parte deste sistema.

Não podemos também descartar  o fato de que alguns estudiosos dizem que o homem morre antes de sede do que de fome; e outros ainda afirmam que a eclosão de uma guerra, que pode se tornar mundial,  será por causa desse precioso liquido, que se tornará caríssimo e inacessível à maioria das nações e das pessoas.

O que todos nós sabemos é que “ SEM AGUA NENHUM SER VIVO SOBREVIVE”. Paz e Bem!

Em tempo: acabei de ler na ultima edição da revista Época, n º 846 de l8 de agosto, pg. 19: “Água, problema novo para a política velha e, em  seguida: Rios, chuvas e secas ignoram divisas estaduais. Para lidar com eles, os governos têm de aprender a atuar em conjunto”. Vejo também no Globo de 19/8/2014 Caderno de Economia: “Solução Negociada Governos fecham acordo. São Paulo elevará vazão do Jaguari, e Rio terá volume menor em setembro”.  Será que o problema foi resolvido tão rapidamente? Será que combinaram com São Pedro para  que faça chover nessas áreas? Ou será que agora estão realmente preocupados e vão fazer um planejamento sério e  bem feito visando o agora e o futuro. Fico em dúvidas, mas torço para que isso ocorra.




Com um abraço.


Lobo José – escritor