Perdição
Por mares de sargaços
e enganos perdi-me na rota
de estranhos portulanos
feitos por arcanos d’antanho.
Por causa de lábios
que falavam de amor
seguindo incertos astrolábios
soçobrei nas tormentas
de algum cabo Bojador.
Egresso de Sagres
dancei a Dança dos Sabres
no mapa de meu destino.
Nas garras da ventania
joguei um jogo de morte
em que tudo se perdia.
No derradeiro naufrágio
encontrei enigmas e presságios
nos búzios que no abismo havia.
E tudo se findou num veleiro encalhado
em mar de absoluta calmaria.
ELMAR CARVALHO - POETA PIAUIENSE
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