20 de abril de 2025

O SILÊNCIO ESTRONDOSO DAS OMISSÕES



A imagem em preto e branco nos confronta com uma súplica visceral: "tira da minha vida, Deus... tudo aquilo que me impede de prosperar." Mas, por um instante, desviemos o olhar da prece explícita e mergulhemos no abismo silencioso das omissões.

Quantas vezes a verdadeira barreira para a nossa prosperidade não reside no que clamamos para ser retirado, mas sim naquilo que evitamos confrontar? Nos medos paralisantes que nos confinam em zonas de conforto estagnadas? Nas verdades inconvenientes que varremos para debaixo do tapete da ilusão?

Essa imagem, com sua atmosfera carregada de fervor religioso, paradoxalmente nos lança um desafio laico e urgente: a coragem de olhar para dentro e identificar os sabotadores invisíveis que residem em nossas próprias escolhas e inações.

Não são apenas os obstáculos externos que nos detêm. Muitas vezes, são as âncoras internas forjadas pela procrastinação, pela autocrítica implacável, pela recusa em assumir riscos e pela teimosa insistência em padrões autodestrutivos.

A prece por remoção se torna, então, um espelho que reflete a nossa própria responsabilidade. Deus, ou qualquer força superior em que acreditemos, pode até ouvir o clamor, mas a verdadeira transformação reside na nossa disposição de desenterrar as raízes profundas daquilo que nos impede de florescer.

Este não é apenas um pedido de ajuda divina; é um chamado à ação humana. É um convite a romper o silêncio ensurdecedor das nossas próprias omissões, a encarar as sombras que projetamos em nosso caminho e a assumir a árdua, mas libertadora, tarefa de nos desvencilharmos daquilo que, sutilmente, nos aprisiona. A verdadeira prosperidade começa no instante em que ousamos confrontar o que realmente nos impede de avançar.

 



 

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