Eu vi...
I
Eu vi... teus olhos chorarem,
Choro de pura alegria.
Vi... os fieis a rezarem
Preces à Virgem Maria.
II
Eu vi... teu largo sorriso,
Sempre um sorrir de fineza.
Vi... teu lar, teu paraíso...
“fartura de pão na mesa.”
III
Eu vi... crianças, brincarem,
Brincadeiras tão sadias.
Vi... braços se abraçarem...
“bom, assim, todos os dias!”
IV
Eu vi... flores tão viçosas
Embelezarem meu lar.
Vi... gaivotas tão garbosas,
Rasantes ao verde mar.
V
Eu vi... água borbulhar
Borbulhas tão cristalinas.
Vi... bem pertinho do mar,
A brancura das salinas.
VI
Eu vi... a chuva regar
Um canteiro, só de flores.
Vi... a toalha enxugar
Não só um, mas dois amores.
VII
Eu vi... a montanha fria,
Estava eu, tremelicando.
Vi... neve, que lá caía,
Ouvi vento assobiando.
VIII
Eu vi... o lindo florir
De uma flor em botão.
Vi... o charme do teu sorrir,
Quando o sorriso é paixão.
IX
Eu vi... a água correndo
Para o mar, água do rio.
Vi... meu canário morrendo,
Fechou seus olhos do frio.
X
Eu vi... chorar a criança,
Seu choro, tanto deu pena.
Vi... até, minha bonança!
Resolvi... outro dilema.
XI
Eu vi... o tiro certeiro,
Logo caiu o ladrão.
Vi... após, o seu coveiro
Lançar a terra ao caixão.
XII
Eu vi... o verde dos campos...
Brotar o trigo dourado.
Vi... choro de mãe, em prantos
Por seu filho, já drogado.
XIII
Eu vi... teus olhos abertos,
Fechados, quando no leito.
Vi... senti, a descoberto,
A rigidez do teu peito.
XIV
Eu vi... eram horas mortas
O brilho da lua cheia.
Vi... após, dentro de portas
A luz frouxa da candeia.
XV
Eu vi... nascer os meus filhos...
Partos, a mãe, suas dores.
Vi... refleti, os cadilhos.
“são eles nossos amores”!
XVI
Eu vi... um pobre chorar,
Chorava como ele só.
Vi... o rico barafustar...
Fechou a porta, sem dó!
XVII
Eu vi... no caramanchão
O colibri esvoaçar.
Vi... na selva, seu torrão,
A jibóia rastejar.
XVIII
Eu vi... como namoriscar,
“julgavam estar a sós!”
Vi... os dois a copular
E o filho... meses após!...
XIX
Eu vi... também, andorinhas
Na primavera chegaram.
Vi... tantas ervas daninhas
Que no bico elas levaram.
XX
Eu vi... um ninho já feito
E do barro, endurecido.
Vi... o casal já no leito
E o grupinho enternecido.
XXI
Eu queria ver... sim, também,
Nosso mundo unificado.
O sorriso daquela mãe
Com seu filho... já curado!...
XXII
Queria mais ver... quem me dera!
Viver uns aninhos mais...
Sabendo da vossa espera:
“mais versos deste Zé Pais”.
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N Ã O V E N H AS T A R D E
Dia tão marcante
Triste aquele dia!
Partiste, sem saber se mais te via...
Hoje, resmungando, errante,
Tão só, de ti, estou distante!
Dessa voz timbrada, do doce teu corpo,
Penso e desespero... Não tenho conforto!
Da circunstância,
Longe, à distância De manso, baixinho,
Quando está sozinho, chama por alguém,
E escuto: vem... Vem... Vem!
Na certeza... Esse alguém és tu.
Quero ver teu rosto,
Só, pra mim exposto,
E, saborear, esse belo nu.
Fitar apenas, só apenas, a foto, o semblante?
Não, não, tal não me basta!
Minha alma, dia-a-dia mais se arrasta, desgasta...
Quero ser amado,
Na certeza da Felicidade!
Deveras tão meigamente
Quero-te ao meu lado.
Ansiosamente, peço de agrado:
Não, não... Não venhas tarde!
Poesias de José Pais de Moura
Niterói/Janeiro-2012
Niterói/Janeiro-2012
José Pais de Moura - Natural de Soure - Portugal - "Soure" é uma vila portuguesa no Distrito de Coimbra, região Centro e sub-região do Baixo Mondego, com cerca de 7 900 habitantes. José Pais é casado e reside atualmente em Niterói. Considerado por muitos o "Poeta do amor", devido a sua extensa escrita sobre o tão nobre sentimento o AMOR. Frequentador assíduo dos eventos "Escritores ao Ar Livro" Na Praça Getúlio Vargas - Icaraí. Se você deseja conhecer mais poesias e mais sobre ele entre em contato escrevendo para o e-mail :
jpaismoura@hotmail.com
ou espere postagens em seu blog que será divulgado em breve. Aguarde...
jpaismoura@hotmail.com
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4 comentários:
Parabéns pela divulgação, Alberto!
Abraços
E se vê o tempo,
lamento,
socorro de amores,
dores, desamores.
Vemos,
a todo instante.
Estou a seguir;
Paz!
Conheci José Pais num dos saraus de Pça. Getúlio Vargas e entendi (depois de um papo e uma visita a alguns de seus poemas) porque o cognominaram o 'poeta do amor'. Creio mesmo que na atualidade não temos outro poeta por aqui com a verve e a dedicação amorosa de JP. Foi um gosto conhecê-lo e entendê-lo. A modernidade anda meio esquecida do amor.
ele é meu tio, muito lindo, acho que herdei meu dom de escrever dele. :D
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