16 de janeiro de 2010





MATÉRIA ORIGINAL


O coração
É um livro incessante
(assíduo – e sem final)

Que dentro da noite veloz
Torna-se matéria viva – núcleo floral

Intimidade ácida do dragão
E quando nas folhagens indefesas
Da paixão
Alimenta-se de amor
Absoluto – Engole a alma
Vira fogo, fogo – e (des) controla-se
Não há quem o limite e desmarque
Os seus passos.

Tempo configurando evaporação
Da qual
A noite nunca se acalma

Fixação – cabeça alada
Essência espalhada na
Casa inteira – círculos
Rodopiando no espaço.


***


O coração
Quando verdadeiramente ama
Torna-se selvagem e atroz
Uma flor capturada no laço
Algo que as vezes fica sem voz
Se duvidar vira aço.
ALBERT ARAÚJO
15-01-10

Um comentário:

Shirley Araújo disse...

Olá poeta Albert Araujo! O coração quando ama verdadeiramente tem esse perfil traçado pelo poeta! Na verdade eu sou suspeita para comentar, eu amo e sou generosa na medida. A escolha da imagem que ilustra o poema é belíssima harmoniza com o tema. Aplausos pelo belo trabalho.