ATÉ QUANDO TEREMOS ÁGUA?
Caros leitores, talvez algum de vocês que me
acompanha há muitos anos neste Jornal,
já se deparou com artigos que
escrevi sobre a “água”, este maravilhoso
e insubstituível bem que a natureza nos dá, ou melhor nos tem dado, pelo menos
até agora, e que já está se tornando rara e de alto custo, pelos diversos
problemas causados pelo homem.
Foram vários os artigos, em 1997/1998, 2004 e
outros mais recentes. Interessante é que procurei manter o mesmo titulo: “A
ÁGUA ESTÁ ACABANDO - Não deixem a água
acabar - relembrem, por exemplo este:
”Caros Leitores, estamos iniciando mais
um ano e nada melhor do que aproveitar esse novo tempo
para falar sobre um assunto que me
parece de grande importância para
sobrevivência de tudo o que tem
vida sobre a face da terra. Refiro-me a
água.
Diariamente, os meios de comunicação, já há
algum tempo, nos alertam para a situação
em que nos encontramos com relação ao cuidado que devemos ter com as reservas
de água existentes: Os rios, as lagoas, as vertentes, os reservatórios estão
poluídos de tal maneira que muitos deles podem ser considerados mortos.
Ora, sem água nada sobrevive, os animais e as plantas morrem, as chuvas
escasseiam, o Sol se torna mais
abrasador, os ventos serão mais frequentes e mais violentos, os desertos
aparecem etc., etc.
Perdoem-me, não estou querendo ser pessimista
e sim realista.
Também,
não sou especialista nem tenho em mãos dados estatísticos para discutir
em profundidade o assunto, porém, a
experiência que tenho de vida tanto no
interior como na cidade, aliada a observações pessoais e algumas leituras me permitem
falar ou escrever sobre este precioso líquido.
Acompanhem, por favor, o meu raciocínio,
principalmente você que tem algumas décadas de vida. Lembram-se dos nossos
invernos, dos verões, das primaveras e dos outonos? Eram todas estações perfeitamente definidas [...]”.
Hoje olhamos para trás e percebemos que nada
foi ou está sendo feito para resolver este problema importantíssimo para a
sobrevivência de todo ser vivo. No ultimo artigo falei sobre planejamento a
curto médio e longo prazo, tão relegado principalmente pelos nossos políticos.
O “assunto água” volta com toda força ao cenário e merece de todos nós imediatos planos a curtíssimo, médio e longo prazo, sem
os quais a vida sobre a terra ficará impraticável. Sempre ouvimos políticos
afirmarem que vão despoluir a Baia de Guanabara e outras baias , cuidar
das nascentes de rios, desassorrear rios, lagos, açudes, cuidar das
margens de todos os mananciais hídricos
etc. pelo Brasil a fora. Pouco
ouvimos falar sobre as nossas praias que recebem toda sujeira que vem pelos
rios. Bom se fossemos listar todos os problemas teríamos um ou mais livros
para contê-los e várias ideias e sugestões para a solução. Há anos
ouvimos dizer que – caso particular – a Baia de Guanabara está sendo despoluída
com dinheiro dos Bancos A, B, C, etc, inclusive com empréstimos internacionais,
mas o que se percebe é que nada foi nem está sendo feito. E o dinheiro para
onde foi? Teremos as olimpíadas brevemente e uma ou mais modalidades de esporte
será realizada nesta baia e os esportistas já estão preocupados e reclamando da
poluição e da possível
inviabilidade da competição. Isso
é grave e demonstra que não há interesse em resolver esse problema. Será que
existe planejamento nesse sentido?
Atualmente a população do Estado de São Paulo
está sofrendo com a escassez desse precioso liquido em várias cidades. O que
fazer? Racionar? Fazer transposição de outros rios? Como? Quem tem sede não
pode esperar. A água é para o momento e não para daqui a algum tempo ou alguns
anos. O planejamento já devia ter sido feito há muito tempo, ou melhor o
planejamento deve ser permanente, isto é, “antes do a curto prazo”, mas nossos
políticos não se mexem pois isto não redunda em votos nem em “status”.
Os jornais noticiam que o Governo de São
Paulo pensa numa solução mágica – para tirar a brasa ou o problema de suas mãos
e transferir para o próximo governo – transpor água do Rio Paraíba do Sul
depois de sua passagem pelo Estado de S. Paulo. Vejam que este Rio – que já
está no “caroço”, como se diz, agonizante em vários lugares, ao longo do seu curso
com represas, utilização por industrias, recebimento de lixo oriundos de
afluentes etc. da montante à jusante. Esse disparate proposto pelo Governo de
S. Paulo chegou aos ouvidos da população fluminense e vários políticos e o povo
em geral já se manifestam veementemente contra esta ”solução descabida” e que
não resolve o problema.
Ora, há quantos anos se fala em aquecimento
global, poluição dos mananciais hídricos, principalmente por agrotóxicos e
lixo, desertificação em varias regiões pela falta de chuvas, queimadas
indiscriminadas, lixiviação da terra, destruição da mata ciliar e dos mangues,
construção desenfreada principalmente
próximas das ribanceiras ou bem
próximas dos rios, lagos e lagoas. Destruição das matas e dos cerrados, etc.
Com isso o que vemos ao longo do tempo é a migração do homem da área rural para
as periferias das cidades pois a vida em seu antigo habitat está impraticável pela escassez d’água,
desertificação do solo, morte dos poucos animais que lhe ajudavam na
sobrevivência, falta de emprego, carência de alimentos, de educação, de saúde,
além da extinção de animais e da flora
etc. As cidades incharam nas periferias sem nenhum planejamento e
passaram a contribuir desta forma para sérios problemas como residências
precárias, violência, corrupção,
desemprego, falta de mobilidade, saúde e educação precárias, falta de
saneamento básico etc.
Urge que nossos governantes revejam suas posições, principalmente
cumprindo o que muitos prometeram em suas
campanhas eleitorais e arregacem as mangas, independente de partido e
ideologia política e, em mutirão comecem a planejar o agora, o daqui a pouco e
o futuro mais distante com programas sérios para resolver todos os problemas
que atingem a população, neles incluindo o problema da água.
O fato é que percebemos que uma parte do
Brasil sofre todo ano, de forma mais ou menos cíclica, com enchentes e/ou chuva em demasia, com os
rios subindo e destruindo tudo pelo seu caminho, ao passo que em outras partes a
seca aumenta a cada dia, sem chuva e avançando na desertificação do solo. Será
que não se pode pensar, da mesma forma que se distribui energia elétrica com
redes que cortam o Brasil de Ponta a ponta em redes distribuidoras de água
também cortando o Brasil de norte a sul, com
elevatórias, represas etc., tudo de forma planejada e racional, sem agredir ou destruir a natureza? Ai está uma sugestão
para os nossos cientistas, estudiosos do assunto, políticos e a população em
geral.
Não podemos esquecer de que O Criador ao
Criar todas as coisas, disse que “tudo é bom” Livro do Genesis. Logo tudo o que foi Criado deve ser
preservado e cuidado com amor: As águas (do mar e dos rios), as plantas, os
animais, etc. a terra e o Universo.
Todos nós fazemos parte deste sistema.
Não podemos também descartar o fato de que alguns estudiosos dizem que o
homem morre antes de sede do que de fome; e outros ainda afirmam que a eclosão
de uma guerra, que pode se tornar mundial,
será por causa desse precioso liquido, que se tornará caríssimo e
inacessível à maioria das nações e das pessoas.
O que todos nós sabemos é que “ SEM AGUA
NENHUM SER VIVO SOBREVIVE”. Paz e Bem!
Em tempo: acabei de ler na ultima edição da
revista Época, n º 846 de l8 de agosto, pg. 19: “Água, problema novo para a
política velha e, em seguida: Rios,
chuvas e secas ignoram divisas estaduais. Para lidar com eles, os governos têm
de aprender a atuar em conjunto”. Vejo também no Globo de 19/8/2014 Caderno de
Economia: “Solução Negociada Governos fecham acordo. São Paulo elevará vazão do
Jaguari, e Rio terá volume menor em setembro”.
Será que o problema foi resolvido tão rapidamente? Será que combinaram
com São Pedro para que faça chover
nessas áreas? Ou será que agora estão realmente preocupados e vão fazer um
planejamento sério e bem feito visando o
agora e o futuro. Fico em dúvidas, mas torço para que isso ocorra.
Com um abraço.
Lobo José – escritor
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