A ÁGUA ESTÁ ACABANDO
- Não deixem a água acabar –
Caros Leitores, estamos iniciando mais um ano
e nada melhor do que aproveitar esse
novo tempo para falar sobre um assunto
que me parece de grande importância para
sobrevivência de tudo o que tem
vida sobre a face da terra. Refiro-me a água.
Diariamente os meios de comunicação, já há algum
tempo, nos alertam para a situação em
que nos encontramos com relação ao cuidado que devemos ter com as reservas de
água existentes: Os rios, as lagoas, a vertentes, os reservatórios estão
poluídos de tal maneira que muitos deles podem ser considerados mortos.
Ora, sem água nada sobrevive, os animais e as plantas morrem, as chuvas
escasseiam, o Sol se torna mais
abrasador, os ventos serão mais frequentes e mais violentos, os desertos
aparecem etc., etc.
Perdoem-me, não estou querendo ser pessimista e sim
realista.
Também, não
sou especialista nem tenho em mãos dados estatísticos para discutir em
profundidade o assunto, porém, a
experiência que tenho de vida tanto no
interior como na cidade, aliada a observações pessoais e algumas leituras me permitem
falar ou escrever sobre este precioso líquido.
Acompanhem, por favor, o meu raciocínio,
principalmente você que tem algumas décadas de vida. Lembram-se dos nossos
invernos, dos verões, das primaveras e dos outonos? Eram todas estações
perfeitamente definidas.
Passei a
minha infância na planície
goitacá, em Campos. Nos idos de 1950,
ainda criança, lembro-me do intenso frio dos meses de junho, julho e agosto,
sendo que este último era sempre temido pelos fortes ventos. Era o inverno, que
ia até setembro. Na zona rural, as pessoas que lidavam com a agricultura e o
gado vestiam sempre pesados capotes e usavam botas até os joelhos. Os brejos, os córregos, os rios e as lagoas
estavam sempre cheios. Nessa época, chamada de invernada, o gado era separado
em lugar um pouco mais alto (difícil de
encontrar naquela cidade, pois tudo é
plano), com o objetivo de evitar que o gado
infeccionasse os cascos (sempre
molhados pela unidade) e contraísse
outras doenças típicas desse tempo.
A primavera, entre setembro e dezembro era
a estação preferida de muita gente, inclusive a minha, pois a natureza explodia
em alegria e perfume com as flores colorindo os jardins, as matas, as estradas, os campos, enfim, tudo era
florido e bonito. Era a estação do canto e do amor. Nesse período os pássaros construíam os seus ninhos, os
animais se acasalavam os filhotes
nasciam e tomavam os primeiros contatos com a natureza, as borboletas, as
lavadeiras e as abelhas colhiam o mel das flores etc. Era uma estação linda,
com dias claros e sol ameno.
O verão, Dezembro a março, estação
seca, porém com grandes temporais de curta duração, ocasionava alguns danos pelos ventos. Após a chuva, tudo
limpo, céu azul, sol aberto e um lindo arco-íris
que enchia nossos olhos. Aproveitávamos a beleza de tudo para contemplarmos
embasbacados os pingos d'água que escorriam das folhas e aproveitávamos
para correr nos campos aproveitando as poças para espalhar água com a sola dos
pés. Que tempo bom!
No outono, de
março a junho, a temperatura era amena e
com o clima típico desta estação
alternando dias mais frios com dias quentes. Normalmente, época da colheita.
Os meses de maio, junho, julho e agosto eram
propícios à poda, isto é ao preparo das fruteiras e árvores em geral. Todos
respeitavam esse período.
as por que estou divagando tanto e fugindo do titulo
enfocado acima? Era necessário que assim o fizesse para que nos situássemos na gravidade do assunto: Sem
água nenhum ser vivo sobrevive.
Com as estações climáticas perfeitamente definidas naquela
época, havia um equilíbrio ecológico. O homem
ainda não tinha se tornado o predador voraz de hoje. Ele respeitava a
natureza. Por exemplo: Quando
caçava e normalmente o fazia para o seu
sustento, não abatia as fêmeas nem os filhotes. Também não colhia todos os ovos
dos ninhos, não torturava os animais nem as aves. Não pescava a não ser o
essencial para o seu consumo. Na época da piracema não se pescava.
Os mananciais
eram limpos, os rios não recebiam dejetos nem lixos nem substancias químicas.
As nascentes eram preservadas e qualquer filete de água que corria pelas matas
e campos podia ser utilizado para consumo humano. As águas das chuvas eram
coletadas em grandes talhas e também utilizadas para se beber (não era água
ácida nem poluída). Na verdade não faltava água e a que existia era sempre
limpa.
A incompetência dos governos em todos os sentidos
permitiu a deterioração do nível de vida do nosso povo: a falta de educação
(também em casa), o desemprego, a falta de moradia, os adubos químicos usados
indiscriminadamente, as queimadas, a destruição das matas, a construção de
canais com o objetivo de drenar os brejos e lagoas para aumentar as áreas de plantio e de
criação, visando lucro desenfreado, tudo
isto sem uma política adequada e sem nenhum respeito à natureza foi
contribuindo para o desequilíbrio ecológico e proporcionando extinção de inúmeras espécies de aves, animais e plantas,
sem contar com a contaminação de todos os reservatórios hídricos existentes.
Meus amigos, tomem
somente como exemplo a Baia de
Guanabara e os rios imundos que deságuam
nela e projetem essa situação para todos os rios e lagoas do Brasil. É essa é a situação em que
nos encontramos e com tendência a piorar numa velocidade geométrica, caso
medidas urgentes não sejam adotadas. Hoje ainda conseguimos ter água com certa
facilidade em nossas casas e apartamentos mas pagamos caro por ela. Hoje ainda conseguimos comprar (vejam só
comprar água cujo litro custa mais caro que
a gasolina ou álcool) esse líquido sem nos dar conta de que daqui a
pouco tempo o seu custo será altíssimo, se
a omissão das autoridades persistir. Observem que não me refiro somente
aos nossos governantes, pois o problema é mundial e a própria ONU já alertou
para o fato de que a água, já no início do próximo milênio será o bem mais
precioso existente na face da terra e
que deverá ser controlado gota a gota . (em seguida virá o ar que respiramos que o homem pela sua ganância
está também contaminando o povo e
exigindo que em muitos países em determinados momentos se usem máscaras para
não morrer asfixiado, com doenças
respiratórias e outros tipos de enfermidades típicas do problema, tudo pela da incompetência
política e pela má educação do povo).
A água é o
bem mais precioso que temos. Nenhum ser vivo pode prescindir dela e, pelo jeito
que as coisas vão, em pouco tempo teremos guerra por causa dela. Não se
esqueçam de que já compramos pipas d'água, água mineral para uso em
residências, empresas, escolas, hospitais. Não se esqueçam de que a falta desse líquido também pode
ocasionar problemas de falta e racionamento de energia elétrica. Não
se esqueçam de que com a escassez desse líquido teremos dificuldades na produção
de alimentos e tudo se tornará caro.
Em face da seriedade do problema, urge, então, caros
leitores, que nos conscientizemos da necessidade de proteger esse precioso
bem e todos os outros que o Senhor criou, abençoou e colocou à nossa disposição.
Vejam com carinho os Cap. 1 e 2 do Livro do Gênesis e percebam a beleza de tudo
o que Deus criou. Magnífico, não? Vamos
então usufruir, respeitar e
administrar tudo isto pois um dia o Senhor vai nos cobrar, principalmente pelo prejuízo que estamos causando às futuras
gerações, isto é a geração dos nossos filhos, netos etc. e até a nós próprios se tivermos uma vida mais longa.
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Aí está caro poeta isto em 2006 e hoje percebemos
que nada foi feito e que (parece previsão, na verdade previsão de quem conhece
o assunto) e nada foi feito A Água é realmente o bem mais precioso de que
dispomos, em seguida o alimento.
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TEXTO ENVIADO GENTILMENTE PELO JORNALISTA LOBO JOSÉ
DO JORNAL UNIDADE.
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