12 de janeiro de 2022

TRAVÉS DO POEMA “ARGILA” HOMENAGEAMOS RAUL DE LEONI RAMOS POETA DO NEOPARNASIANISMO E SIMBOLISMO

 



ARGILA

 

Nascemos um para o outro, dessa argila                     

De que são feitas as criaturas raras;

Tens legendas pagãs nas carnes claras

E eu tenho a alma dos faunos na pupila...

 

Às belezas heroicas te comparas

E em mim a luz olímpica cintila,

Gritam em nós todas as nobres taras

Daquela Grécia esplêndida e tranquila...

 

É tanta a glória que nos encaminha

Em nosso amor de seleção, profundo,

Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis)

 

Se um dia eu fosse teu e fosses minha,

O nosso amor conceberia um mundo

E do teu ventre nasceriam deuses...

 

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Patrono da Cadeira 38 da ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS, tendo como acadêmicos titulares: Antônio Ramos de Lacerda; Abeylard Pereira Gomes, Gercy PINHEIRO DE Souza e a acadêmica atual que ocupa a nobre Cadeira é a escritora Neide Barros Rêgo. Que foi empossada em 29 de agosto de 2007 e foi saudada, brilhantemente, pela acadêmica Márcia Pessanha. E elogiada pelo admirável presidente Dr. Jorge Loretti.

 

 

CLICAR NO LINK PARA ASSISTIR A POSSE DE NEIDE BARRO RÊGO. https://youtu.be/4lhdcIBVg4g

 

 

                                                             

O poeta brasileiro, Raul de Leoni Ramos, nascido a 30 de outubro de 1895, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e falecido a 21 de novembro de 1926, em Itaipava, também no Rio de Janeiro, movimentou-se entre as áreas do neoparnasianismo e, principalmente, do simbolismo.

 

Em 1916, concluiu o bacharelato em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro. Entretanto, já era colaborador, desde 1914, das revistas Fon-Fon! e Para Todos, e, mais tarde, colaborou no Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, O Jornal e O Dia.

 

Raul de Leoni trabalhou também no corpo diplomático brasileiro e, em 1918, esteve destacado em Montevidéu, no Uruguai, depois de ter recusado colocação idêntica no Vaticano. Antes, nesse mesmo ano, tinha sido nomeado secretário da Legação do Brasil em Cuba, mas nunca chegou a tomar posse do cargo. Permaneceu apenas três meses em Montevidéu e quando regressou foi eleito deputado à Assembleia Fluminense.

 

Em 1919, lançou o seu primeiro livro de poesia, Ode a Um Poeta Morto, uma homenagem a Olavo Bilac, que foi sucedido, três anos mais tarde, por Luz Mediterrânea.

 

Raul de Leoni nunca se associou abertamente a nenhuma escola literária, o que levou a que acabasse por ter uma carreira poética algo discreta em vida, apesar do seu talento ser reconhecido. Em finais do século XX, a sua obra, apesar de pequena, era alvo de aprofundados estudos e cativava inúmeros leitores.

 

O poeta destacou-se ainda como desportista tendo ganhado diversas provas de natação e remo em representação do clube Icaraí.

 

Doente dos pulmões, Raul de Leoni isolou-se em 1923 dos amigos e família, deixou o trabalho de inspetor numa companhia de seguros e foi viver para Itaipava, onde acabou por morrer.

 

Raul de Leoni faleceu a 21 de novembro de 1926 e apenas com 35 anos mais tarde foi editada uma antologia de poemas seus, intitulada Trechos Escolhidos.

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