ARGILA
Nascemos um
para o outro, dessa argila
De que são feitas
as criaturas raras;
Tens legendas pagãs
nas carnes claras
E eu tenho a alma
dos faunos na pupila...
Às belezas heroicas
te comparas
E em mim a luz
olímpica cintila,
Gritam em nós todas
as nobres taras
Daquela Grécia
esplêndida e tranquila...
É tanta a glória
que nos encaminha
Em nosso amor de
seleção, profundo,
Que (ouço ao longe
o oráculo de Elêusis)
Se um dia eu fosse
teu e fosses minha,
O nosso amor
conceberia um mundo
E do teu ventre
nasceriam deuses...
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Patrono da Cadeira
38 da ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS, tendo como acadêmicos titulares: Antônio
Ramos de Lacerda; Abeylard Pereira Gomes, Gercy PINHEIRO DE Souza e a acadêmica
atual que ocupa a nobre Cadeira é a escritora Neide Barros Rêgo. Que foi
empossada em 29 de agosto de 2007 e foi saudada, brilhantemente, pela acadêmica
Márcia Pessanha. E elogiada pelo admirável presidente Dr. Jorge Loretti.
CLICAR NO LINK PARA
ASSISTIR A POSSE DE NEIDE BARRO RÊGO. https://youtu.be/4lhdcIBVg4g
O poeta brasileiro, Raul de Leoni
Ramos, nascido a 30 de outubro de 1895, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e
falecido a 21 de novembro de 1926, em Itaipava, também no Rio de Janeiro,
movimentou-se entre as áreas do neoparnasianismo e, principalmente, do simbolismo.
Em 1916, concluiu o bacharelato em
Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro.
Entretanto, já era colaborador, desde 1914, das revistas Fon-Fon! e Para Todos,
e, mais tarde, colaborou no Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, O Jornal e O
Dia.
Raul de Leoni trabalhou também no
corpo diplomático brasileiro e, em 1918, esteve destacado em Montevidéu, no
Uruguai, depois de ter recusado colocação idêntica no Vaticano. Antes, nesse
mesmo ano, tinha sido nomeado secretário da Legação do Brasil em Cuba, mas
nunca chegou a tomar posse do cargo. Permaneceu apenas três meses em Montevidéu
e quando regressou foi eleito deputado à Assembleia Fluminense.
Em 1919, lançou o seu primeiro livro
de poesia, Ode a Um Poeta Morto, uma homenagem a Olavo Bilac, que foi sucedido,
três anos mais tarde, por Luz Mediterrânea.
Raul de Leoni nunca se associou
abertamente a nenhuma escola literária, o que levou a que acabasse por ter uma
carreira poética algo discreta em vida, apesar do seu talento ser reconhecido.
Em finais do século XX, a sua obra, apesar de pequena, era alvo de aprofundados
estudos e cativava inúmeros leitores.
O poeta destacou-se ainda como
desportista tendo ganhado diversas provas de natação e remo em representação do
clube Icaraí.
Doente dos pulmões, Raul de Leoni
isolou-se em 1923 dos amigos e família, deixou o trabalho de inspetor numa
companhia de seguros e foi viver para Itaipava, onde acabou por morrer.
Raul de Leoni faleceu a 21 de novembro
de 1926 e apenas com 35 anos mais tarde foi editada uma antologia de poemas
seus, intitulada Trechos Escolhidos.
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