O DIA DA SAUDADE é comemorado, anualmente, em 30 de janeiro, no Brasil. Esta data serve para recordar, por exemplo, a memória das pessoas que já partiram, dos que estão distantes, dos tempos bons que já passaram e das lembranças da infância. Diante disso, há pouco estava lembrando a minha infância em minha terra natal. Época feliz e bem vivida ao lado de minha “santa mãezinha” e meus adoráveis irmãos: Sônia, Conceição, Adélia, Valdemir e Valdecir. Tenho saudades de tudo, dos colegas de escola, dos amigos que brincávamos de empinar cafifa, os nossos “banhares” nas águas do velho monge e muitas brincadeiras saudáveis. Que saudades eu tenho da minha infância bem vivida. Para homenagear e relembrar esses momentos eu convidei o saudoso ator Paulo Autran em suas andanças poéticas diretamente, do Parnaso para declamar a poesia MEUS OITO ANOS DE CASIMIRO DE ABREU e ele atendeu ao meu pedido, vejam que maravilha! ALBERTO ARAÚJO.
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No Dia da Saudade é comum ouvir música sobre a saudade e disseminar poemas e frases sobre esse sentimento. "Saudade" é uma palavra extremamente complexa, cheia de significado e muito difícil de traduzir do português para outros idiomas, devido a sua precisão. O léxico "saudade" é exclusivo da língua portuguesa e galega. Uma empresa britânica, que teve a colaboração de mais de mil tradutores, criou uma lista onde constam as palavras mais difíceis de traduzir em todo o mundo. A palavra "saudade" foi considerada a 7ª palavra mais difícil de traduzir para outros idiomas. A palavra saudade é de origem latina, do vocábulo "solitatem", que quer dizer “solidão”.
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MEUS OITO ANOS – AUTORIA DE CASIMIRO DE ABREU E INTERPRETAÇÃO DE PAULO
AUTRAN
MEUS OITO ANOS
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
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