7 de maio de 2014

ÁGUA ESTÁ ACABANDO - POR LOBO JOSÉ. CONFIRA




A ÁGUA ESTÁ ACABANDO
- Não deixem a água acabar –


Caros Leitores, estamos iniciando mais  um  ano e  nada melhor do que aproveitar esse novo tempo para falar  sobre um assunto que me parece de grande importância para   sobrevivência  de tudo o que tem vida sobre a face da terra. Refiro-me a água.

Diariamente os meios de comunicação, já há algum tempo, nos alertam para  a situação em que nos encontramos com relação ao cuidado que devemos ter com as reservas de água existentes: Os rios, as lagoas, a vertentes, os reservatórios estão poluídos de tal maneira que muitos deles podem ser considerados mortos.

Ora, sem água nada sobrevive,  os animais e as plantas morrem, as chuvas escasseiam, o Sol se torna mais  abrasador, os ventos serão mais frequentes e mais violentos, os desertos aparecem etc., etc.

Perdoem-me, não estou querendo ser pessimista e sim realista.

Também,  não sou especialista nem tenho em mãos dados estatísticos para discutir em profundidade  o assunto, porém, a experiência  que tenho de vida tanto no interior como na cidade, aliada a observações pessoais e algumas leituras  me permitem  falar ou escrever sobre este precioso líquido.

Acompanhem, por favor, o meu raciocínio, principalmente você que tem algumas décadas de vida. Lembram-se dos nossos invernos, dos verões, das primaveras e dos outonos? Eram todas estações perfeitamente  definidas.

Passei a  minha infância na  planície goitacá,  em Campos. Nos idos de 1950, ainda criança, lembro-me do intenso frio dos meses de junho, julho e agosto, sendo que este último era sempre temido pelos fortes ventos. Era o inverno, que ia até setembro. Na zona rural, as pessoas que lidavam com a agricultura e o gado vestiam sempre pesados capotes e usavam botas até os joelhos.  Os brejos, os córregos, os rios e as lagoas estavam sempre cheios. Nessa época, chamada de invernada, o gado era separado em lugar um pouco mais alto (difícil  de encontrar naquela cidade,  pois tudo é plano), com o objetivo de evitar que o gado  infeccionasse  os cascos (sempre molhados pela unidade) e  contraísse outras doenças típicas desse tempo. 

A primavera, entre setembro e dezembro era a estação preferida de muita gente, inclusive a minha, pois a natureza explodia em alegria e perfume com as flores colorindo os jardins, as matas,  as estradas, os campos, enfim, tudo era florido e bonito. Era a estação do canto e do amor. Nesse período  os pássaros construíam os seus ninhos, os animais se acasalavam  os filhotes nasciam e tomavam os primeiros contatos com a natureza, as borboletas, as lavadeiras e as abelhas colhiam o mel das flores etc. Era uma estação linda, com dias claros e sol ameno.

O verão, Dezembro a março,  estação  seca, porém com grandes temporais de curta duração, ocasionava  alguns danos pelos ventos. Após a chuva, tudo limpo, céu azul, sol  aberto e um lindo arco-íris que enchia nossos olhos. Aproveitávamos a beleza de tudo para contemplarmos embasbacados  os pingos d'água  que escorriam das folhas e aproveitávamos para correr nos campos aproveitando as poças para espalhar água com a sola dos pés. Que tempo bom!

 No outono, de março a junho,  a temperatura era amena e com o clima típico desta estação  alternando dias mais frios com dias quentes. Normalmente,  época da colheita.

Os meses de maio, junho, julho e agosto eram propícios à poda, isto é ao preparo das fruteiras e árvores em geral. Todos respeitavam esse período.
as por que estou divagando tanto e fugindo do titulo enfocado acima? Era necessário que assim o fizesse para que  nos situássemos na gravidade do assunto:  Sem  água nenhum ser vivo sobrevive.

Com as estações climáticas perfeitamente definidas naquela época, havia um equilíbrio ecológico. O homem  ainda não tinha se tornado o predador voraz de hoje. Ele  respeitava a  natureza. Por exemplo:  Quando caçava  e normalmente o fazia para o seu sustento, não abatia as fêmeas nem os filhotes. Também não colhia todos os ovos dos ninhos, não torturava os animais nem as aves. Não pescava a não ser o essencial para o seu consumo. Na época da piracema não se pescava.

Os  mananciais eram limpos, os rios não recebiam dejetos nem lixos nem substancias químicas. As nascentes eram preservadas e qualquer filete de água que corria pelas matas e campos podia ser utilizado para consumo humano. As águas das chuvas eram coletadas em grandes talhas e também utilizadas para se beber (não era água ácida nem poluída). Na verdade não faltava água e a que existia era sempre limpa.

A incompetência dos governos em todos os sentidos permitiu a deterioração do nível de vida do nosso povo: a falta de educação (também em casa), o desemprego, a falta de moradia, os adubos químicos usados indiscriminadamente, as queimadas, a destruição das matas, a construção de canais com o objetivo de drenar os brejos e lagoas para  aumentar as áreas de plantio e de criação,  visando lucro desenfreado, tudo isto sem uma política adequada e sem nenhum respeito à natureza foi contribuindo para o desequilíbrio ecológico e proporcionando extinção de  inúmeras espécies de aves, animais e plantas, sem contar com a contaminação de todos os reservatórios hídricos existentes.

Meus amigos, tomem  somente   como exemplo a Baia de Guanabara e  os rios imundos que deságuam nela e projetem essa situação para todos os rios e  lagoas do Brasil. É essa é a situação em que nos encontramos e com tendência a piorar numa velocidade geométrica, caso medidas urgentes não sejam adotadas. Hoje ainda conseguimos ter água com certa facilidade em nossas casas e apartamentos mas pagamos caro por ela.  Hoje ainda conseguimos comprar (vejam só comprar água cujo litro custa mais caro que  a gasolina ou álcool) esse líquido sem nos dar conta de que daqui a pouco tempo o seu custo será altíssimo, se  a omissão das autoridades persistir. Observem que não me refiro somente aos nossos governantes, pois o problema é mundial e a própria ONU já alertou para o fato de que a água, já no início do próximo milênio será o bem mais precioso existente na  face da terra e que deverá ser controlado gota a gota . (em seguida virá  o ar que respiramos que o homem pela sua ganância está também contaminando  o povo e exigindo que em muitos países em determinados momentos se usem máscaras para não morrer asfixiado,  com doenças respiratórias e outros tipos de enfermidades típicas  do problema, tudo pela da incompetência política  e pela má educação do povo).

A  água é o bem mais precioso que temos. Nenhum ser vivo pode prescindir dela e, pelo jeito que as coisas vão, em pouco tempo teremos guerra por causa dela. Não se esqueçam de que já compramos pipas d'água, água mineral para uso em residências, empresas, escolas, hospitais. Não se esqueçam de que  a falta desse líquido também pode ocasionar  problemas de  falta e racionamento de energia elétrica. Não se esqueçam de que com a escassez desse líquido teremos dificuldades na produção de alimentos e tudo se tornará caro.

Em face da seriedade do problema, urge, então, caros leitores, que nos conscientizemos da necessidade de proteger esse precioso bem  e todos os outros que o Senhor  criou, abençoou e colocou à nossa disposição. Vejam com carinho os Cap. 1 e 2 do Livro do Gênesis e percebam a beleza de tudo o que Deus criou. Magnífico, não? Vamos  então  usufruir, respeitar e administrar tudo isto pois um dia o Senhor vai nos cobrar, principalmente  pelo prejuízo que estamos causando às futuras gerações, isto é a geração dos nossos filhos, netos etc. e até  a nós próprios se  tivermos uma vida mais longa.

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Aí está caro poeta isto em 2006 e hoje percebemos que nada foi feito e que (parece previsão, na verdade previsão de quem conhece o assunto) e nada foi feito A Água é realmente o bem mais precioso de que dispomos, em seguida o alimento.



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TEXTO ENVIADO GENTILMENTE PELO JORNALISTA LOBO JOSÉ
DO JORNAL UNIDADE.