27 de novembro de 2020

EM 27 DE NOVEMBRO CELEBRAMOS NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS DA MEDALHA MILAGROSA

 

NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS é uma invocação especial pela qual é conhecida a Santíssima Virgem Maria, também invocada com a mesma intenção sob o nome de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Precede as aparições marianas ocorridas em La Salette, em Lourdes, em Fátima e em Campinas-SP.


Esta invocação está relacionada a duas aparições da Virgem Maria a Santa Catarina Labouré, então uma noviça da Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo em Paris, França, no século XIX.

 

A primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, dia 19 de julho de 1830, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz. Catarina então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite.




A aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré.


Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia: "Irmã Labouré, vem à capela; a Virgem Maria te aguarda". Mas ela replicou: "Seremos descobertas!". A voz angélica respondeu: "Não te preocupes, já é tarde, todos dormem... vem, estou à tua espera". Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou: "A Santíssima Virgem Maria deseja falar-te". Catarina adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria lhe disse:

 

SANTA CATARINA LABOURÉ. "Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá". Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjinho, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.

 

Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem Maria sobre um grande globo, segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra "França". Ela explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente a França, e os tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das muitas guerras da época.

 

Então a visão modificou-se e a Virgem Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz coloridos e raios de luz brancos e rodeada por uma frase que dizia: "Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Desta vez a Santíssima Virgem deu instruções diretas: "Faz cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes graças". Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças que não eram pedidas. Então Maria voltou-lhe as costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso no verso da medalha. Catarina também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse cumprida. A Virgem Maria disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o padre Jean Marie Aladel.

 

De início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder da Irmã Catarina ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Desde então a devoção a esta medalha, sob a invocação de Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, não cessou de crescer. Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.

 

AS APARIÇÕES EM CAMPINAS

 

Foi no Instituto das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, fundado por Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas, que viveu a Irmã Amália de Jesus Flagelado, a freira espanhola agraciada com o fenômeno dos sagrados estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo e com inúmeras aparições marianas. Esta religiosa fez parte do grupo de primeiras irmãs e foi cofundadora do próprio Instituto, tendo feito os seus votos perpétuos no dia 8 de dezembro de 1931.

Estátua original de Nossa Senhora das Lágrimas em Campinas, no Brasil.

Na década de 1930, na capela da Avenida Benjamin Constant, n.º 1344 (esquina com a Rua Luzitana, n.º 1331), em Campinas, no Estado de São Paulo, no Brasil, a Virgem Maria e o Seu próprio filho, Jesus Cristo, terão aparecido várias vezes à Serva de Deus Irmã Amália de Jesus Flagelado (de seu nome de batismo, Amália Aguirre), comunicando-lhe muitas mensagens com apelos de oração, de sacrifício e de penitência. A Santíssima Virgem Maria, no dia 8 de março de 1930, se apresentou como Nossa Senhora das Lágrimas e lhe ensinou as jaculatórias da Coroa (ou Rosário) das Lágrimas.

 

Medalha de Nossa Senhora das Lágrimas (de Campinas) e de Jesus Manietado.

 

No dia 8 de abril de 1930, Nossa Senhora revelou também à Irmã Amália uma nova medalha milagrosa, a medalha da evocação às Suas lágrimas, e lhe pediu que, conjuntamente com a Coroa (ou Rosário), a difundisse pelo mundo inteiro, pois através dessa mesma medalha se dariam muitos prodígios, um grande número de conversões e muitas almas seriam salvas.  Por ordem da Mãe de Deus, a medalha traz cunhada na frente a imagem de Nossa Senhora das Lágrimas entregando a Coroa (ou Rosário) das Lágrimas à Irmã Amália, exatamente como aconteceu na aparição de 8 de março de 1930, e com as palavras ao redor: '"Ó Virgem Dolorosíssima, as Vossas Lágrimas derrubaram o império infernal!"; no verso, a medalha traz cunhada a imagem de Jesus Manietado (ou seja, com as mãos amarradas durante a Sua Paixão) com as seguintes palavras: "Por Vossa Mansidão Divina, ó Jesus Manietado, salvai o mundo do erro que o ameaça!".

 

Embora a Irmã Amália de Jesus Flagelado, nesse ano de 1930, tenha conseguido divulgar a Medalha e a Coroa das Lágrimas, e essa devoção até tenha chegado a alguns países estrangeiros, esses meios de salvação revelados pela Mãe de Deus permanecem ainda muito desconhecidos.

 

Reconhecimento canônico

 

Virgem Maria na arte

 

Em 8 de março de 1932, o Senhor Bispo de Campinas, Dom Francisco de Campos Barreto, reconheceu a veracidade das aparições marianas à Irmã Amália de Jesus Flagelado e concedeu as devidas autorizações – entre elas, o Imprimatur – para a publicação dos seus escritos (que incluíam as mensagens originais de Jesus e de Nossa Senhora) e das orações da Coroa (ou Rosário) de Nossa Senhora das Lágrimas.

 

Em 20 de fevereiro de 1934, o mesmo prelado publicou uma declaração episcopal e reforçou a importância da devoção a Nossa Senhora das Lágrimas.

 

Apostolado Internacional


Depois de dez anos de uma profunda investigação, de recolha de informação e de testemunhos pessoais, Renato Carrasquinho recompilou os escritos e as mensagens originais ditadas pelo Céu à Irmã Amália de Jesus Flagelado, e ainda reconstituiu biograficamente a vida da religiosa missionária com pleno rigor. Em 2017, para assinalar o centenário das aparições marianas de Fátima, em Portugal, as quais antecederam as aparições de Campinas, no Brasil, e ainda como resposta efetiva aos apelos da Virgem Maria, o autor fundou, com representação mundial, o Apostolado Internacional de Nossa Senhora das Lágrimas.

 





Na maior parte da Imaculada Conceição de Bartolomé Esteban Murillo, da qual cerca de vinte e quatro foram pintadas, a Virgem Maria aparece vestida com uma túnica branca e um manto azul, com as mãos cruzadas sobre o peito, e ao mesmo tempo com uma lua crescente a seus pés e com os olhos fixos no céu. Esta obra foi encomendada a Murillo por Justino de Neve (1625-1685), que era cônego da Catedral de Sevilha, com destino ao Hospital de los Venerables da cidade de Sevilha, já que na Espanha havia se espalhado, extraordinariamente, desde o A devoção do século XVI à Imaculada Conceição de Maria, também referido país sendo o principal defensor do mistério e aquele que mais lutou até se tornar um dos dogmas da Fé Católica, embora isso não ocorresse oficialmente até 1854 Ao longo de sua vida, Murillo pintou cerca de duas dúzias de Conquistas Imaculadas que se encontram atualmente em todo o mundo, embora quatro delas sejam mantidas no Museu do Prado e muitas outras no Museu de Belas Artes de Sevilha. a cidade natal do pintor.


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A devoção à Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa teve início com as aparições da Virgem Maria à piedosa irmã Catarina Labouré. Foram, ao todo, três aparições que aconteceram, em 1830, no convento das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, na Rue du Bac, em Paris, na França. Na segunda aparição, a Santíssima Virgem mandou que fossem cunhadas medalhas, conforme as visões concedidas a Catarina. Com a aprovação eclesiástica, as medalhas foram confeccionadas e distribuídas, inicialmente na França, e depois pelo mundo todo.

 



FONTE 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_das_Gra%C3%A7as

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_das_L%C3%A1grimas#As_apari%C3%A7%C3%B5es_em_Campinas

26 de novembro de 2020

08 - PÔR DO SOL EM ICARAÍ POESIA DE ALBERTO ARAÚJO





08 - PÔR DO SOL EM ICARAÍ POESIA DE ALBERTO ARAÚJO


O pôr do sol em Icaraí é um esplendor...

Os passarinhos pairando no ar,

excelente, verdadeiro apogeu!

O marinheiro em veleiro,

busca do seu alimento.
O combustível do amor

é incenso no poente amarelejo,

Arrebatamento!


A língua do sol

a arrebatar-se com a maresia.
Momento em que desfaz-se 

nas espumas e perfuma

as trilhas e as ramagens da poesia.

Pelos olhos de Maria, Joaquina, Rafaela...
vê-se os ruborizes das folhas crestadas pelo sol

a acariciarem a avenida... A passarela.

Os anjos ao longe tocam o violoncelo,

suavemente, e baixinho.

A réstia de luz do ocaso ao chão,
é uma rosa, uma taça de vinho...

O beijo dos amantes, que alegria!
O barco de marfim costura o infinito,

nas ondas da bela Baía.

Tudo é belo e santo!
Inspiração divina... Encanto!

Também os lírios e a face de Jesus Cristo
estão presentes ao anoitecer.

E eis que surgem as lâmpadas

e os pirilampos entre as asas

da flora e da fauna, após o entardecer.

Icaraí tem o pôr do sol,

Inexaurível e profundo!
É nessa hora que entendemos,

a elegante força, a valentia da maresia.
E nesse momento em que percebemos,

o pôr do sol de Icaraí, ser o rosto da poesia.

Pôr do Sol, belíssimo... SORRIA!

 

© Alberto Araújo

poeta e escritor

26 repostada em 26 de novembro de 2020.

 

PÔR DO SOL, entardecer ou ocaso é o momento em que o Sol se oculta no horizonte na direção oeste, sendo o início da noite. O fenômeno do dia em que ocorre o pôr do sol dá-se o nome de "ocaso". Ele surge graças ao movimento de rotação da Terra, no qual o sol aparenta se mover em torno do nosso planeta atravessando o céu de leste a oeste, o que ocorre graças nossa observação se dar em um ponto não inercial. Pode ser considerado como um processo inverso do nascer do Sol, que é quando o sol aparece no horizonte na direção leste, iniciando o dia. Este acontecimento verifica-se todos os dias em todas as regiões compreendidas entre o Círculo Polar Ártico e o Círculo Polar Antártico. Temos o privilégio concedido por Deus, em todos os dias poder apreciar esse fenômeno maravilhoso e divino.

 


ALBERTO ARAÚJO: CENTRO CULTURAL CORREIOS DE NITERÓI




O ESPAÇO CULTURAL CORREIOS NITERÓI funciona nas dependências do Palácio dos Correios, na Avenida Visconde do Rio Branco, 481, no Centro da cidade, em frente à estação das barcas.

 

O Palácio dos Correios de Niterói é resultado de vários fatores que impulsionaram a construção do prédio. O Decreto nº 7.653, de 11/11/1909, estabeleceu o novo Regulamento da organização, que tinha como uma das metas construir sedes novas dos Correios nas capitais dos Estados.

 

Em Niterói a decisão pela construção de um novo prédio também foi influenciada pelo movimento de um grupo representativo da cidade que levou ao presidente da República, Hermes da Fonseca, um abaixo-assinado reivindicando que a cidade dispusesse de uma dependência com melhores condições para o funcionamento do correio. Até então o serviço era prestado num imóvel precário e pequeno, localizado ao lado da estação das barcas.

 

Na capital federal, Rio de Janeiro, após receber a representação niteroiense e avaliar o pedido, o presidente determinou que a União adquirisse um terreno nas imediações da estação das barcas e nele construísse um prédio próprio para ser correio. O terreno escolhido estava localizado do outro lado da via onde ficava o correio na época.

 

As plantas do prédio são datadas de 1910 e da autoria do arquiteto italiano Antônio Vannine. A obra foi realizada pela construtora Leopoldo Cunha e Cia. Em 14 de novembro de 1914 o prédio foi inaugurado. A imponência da construção, a altura do prédio comparada a dos imóveis do entorno e sua exuberância arquitetônica deu-lhe o título de Palácio dos Correios.

 

O Palácio sempre serviu para o funcionamento das repartições postais e telegráficas. Inclusive, a antiga sede da Diretoria Regional dos Correios do Estado do Rio de Janeiro. A partir de 2007, e por sete anos, o prédio ficou fechado para obras de reforma e restauro e a sua reabertura aconteceu em 21 de março de 2014, ano de comemoração do centenário do Palácio. No primeiro pavimento foi exibida a exposição “Aqui Mesmo – Niterói vista pelas lentes de Pedro Vasquez”, com 50 fotos de pontos conhecidos da cidade. O objetivo foi de apresentar ao público uma das atividades que seriam realizadas no prédio com a inauguração do Espaço Cultural.

 

Além da reforma completa da estrutura do prédio, houve o restauro de toda a fachada e de vários elementos dos ambientes internos, como portas, janelas, piso de madeira, escada central, corrimão etc. O investimento dos Correios foi à ordem de R$ 16 milhões.

 

Uma das salas, localizada no segundo pavimento, foi completamente restaurada. Nela o visitante pode apreciar as características originais do interior do prédio. Várias camadas de tinta foram retiradas até se chegar às cores e desenhos originais que ornamentam as partes inferior e superior das paredes e do teto. As portas de madeira são originais, bem como o piso de madeira Peroba.

 

Nessa sala histórica estão expostas duas plantas arquitetônicas, vários ladrilhos hidráulicos cujos modelos são encontrados nos pisos de circulação interna, alguns adornos da fachada e um conjunto de forma que produziram as escamas de cobre das cúpulas das torres do Palácio.

 

Espaço Cultural Correios

 

O Espaço Cultural foi criado no dia 14 de novembro de 2014, data do centenário do Palácio dos Correios. A inauguração foi marcada pela exposição “Djanira – cronista de ritos, pintora de costumes”, com a exibição de 120 obras da artista, pertencentes ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

 

No primeiro pavimento do prédio o Espaço Cultural dispõe de duas salas de exposição e uma sala para oficinas. No segundo pavimento há mais quatro salas de exposição, a sala histórica e um auditório que possibilita a realização de eventos de música, humanidades, audiovisual e seminários.

 

 

Espaço Cultural Correios

Av. Visconde do Rio Brando, 481 - Centro

24020-004 - Niterói - RJ

Telefone: 0XX 21 2503-8550/8560

e-mail: rjeccniteroi@correios.com.br

 

Visitação:

De segunda-feira a sábado, das 11h às18h (exceto feriados).

Entrada franca.

 



ALBERTO ARAÚJO CENTRO CULTURAL CORREIOS DE NITERÓI



 

FONTE: 

https://www.correios.com.br/sobre-os-correios/educacao-e-cultura/centros-e-espacos-culturais-dos-correios/espaco-cultural-niteroi

POR ALBERTO ARAÚJO - FOCUS

21 de novembro de 2020

MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS EM CELEBRAÇÃO DO 48º JOGOS FLORAIS DE NITERÓI - RJ




Nossa Mãe Maria. Que missa linda! Monsenhor Elídio é mesmo um pároco admirável. As celebrações das Santas Missas são belíssimas. Parabéns, Monsenhor Elídio, rogaremos ao Senhor Deus para que Ele conceda muitos anos de vida, para que o Senhor compartilhe sempre o bem, a paz e com isso fortalecer a nossa Fé em Jesus Cristo. Amém. 

Abraços do ALBERTO ARAÚJO.


20 de novembro de 2020

'I HAVE A DREAM' - "EU TENHO UM SONHO" DE MARTIN LUTHER KING JR


(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO)


OU CLICAR NO LINK DO CANAL YOU TUBE
DO FOCUS PORTAL CULTURAL



 I HAVE A DREAM - EU TENHO UM SONHO DE MARTIN LUTHER KING JR., NA ÍNTEGRA

 

 

MARTIN LUTHER KING JR., ativista político norte americano, fez um discurso em Washington, capital dos Estados Unidos no dia de 28 de agosto de 1963, 57 anos. I HAVE A DREAM (Eu tenho um sonho), foi como ficou conhecido esse discurso e é considerado até hoje um dos maiores discursos da história.

 

Dia 28 de agosto de 1963 foi um dia especial para o mundo. Em pé, nos degraus do Lincoln Memorial, após a Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, o pastor Martin Luther King Jr. começava seu discurso.

 

Ouvido na ocasião por mais de duzentas mil pessoas, o ativista inflamou a praça exigindo igualdade entre negros e brancos numa terra de preconceito e opressão, onde a população negra era marginalizada em guetos e não tinha direitos democráticos básicos, como o voto.

 

Entre as reivindicações, Luther King Jr. pediu o fim da segregação no ensino público; uma legislação clara a respeito dos direitos civis, que proibisse a discriminação racial no emprego; o fim da brutalidade policial com militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo igualitário para todos os trabalhadores. Pedidos feitos com a voz firme e o tom pastoral do pregador de Memphis, com 34 anos na ocasião, que sentenciou, em meio ao texto, a frase 'I Have a Dream', que ficaria pra sempre na história.

 

Um ano depois de 'I Have a Dream', a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada, com total apoio de John F. Kennedy, presidente na ocasião. 1964 também foi o ano em que Martin Luther King Jr. conquistou o Prêmio Nobel da Paz. Em 1965, a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada, com certeza empurrada pela prosperidade do discurso. Uma pesquisa feita em 1999 mostra que 'I Have a Dream' foi eleito o melhor discurso estadunidense.

 

Contextualizado o discurso, resolvemos trazê-lo na íntegra (em formato de vídeo e em texto) para que você, advogado, possa se inspirar. A busca pela justiça é parte da rotina do profissional jurídico. Confira:

 

 

 

DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING JR.

 

 

 

Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nosso país.

 

Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.

 

Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.

 

Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

 

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de "vida, liberdade e à procura de felicidade".

 

É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: "Saldo insuficiente".

 

Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

 

Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.

 

Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora [aplausos] de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.

 

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.

 

Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.

 

Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.

 

Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes, teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.

 

Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.

 

E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder.

 

Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: "Quando é que ficarão satisfeitos?" Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.

 

Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê "somente para brancos".

 

Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando "a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente".

 

Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.

 

Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.

 

Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

 

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos essas verdades como auto evidentes que todos os homens são criados iguais."

 

Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

 

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

 

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

 

Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de "interposição" e "anulação", um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.

 

Eu tenho um sonho que um dia "todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente".

 

Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.

 

Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:

 

Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.

 

Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a liberdade!

 

E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.

 

E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de Nova Hampshire.

 

Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.

 

Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.

 

Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.

 

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.

 

Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.

 

Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.

 

Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a liberdade ressoe.

 

E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:

Finalmente livres! Finalmente livres!

Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente."

MARTIN LUTHER KING









COMENTÁRIO DA PROFESSORA E ESCRITORA DALMA NASCIMENTO


Dalma Nascimento
Salão Nobre da Academia Fluminense de Letras


Parabéns, Alberto, por sua eloquente participação na homenagem a Luther King. Apenas como sugestão deveria colocar em letras garrafais o famoso discurso, que ele fez para a multidão: I HAVE A DREAMER - Eu tenho um sonho. Emociono-me quando o leio. Você cada vez mais penetra em vários horizontes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Coloque no Facebook, em português I HAVE A DREAM. Seria a maior homenagem à Consciência Negra! 

Dalma Nascimento. 

Em 20 de novembro de 2020.



RESPOSTA DO ALBERTO ARAÚJO


Dalma Nascimento!!! Olá, professora Dalma, sempre muito prazeroso receber às suas preciosas informações. Mas está no Facebook o Discurso de Luther King. Aliás, foi através do discurso: I HAVE A DREAM Que eu resolvi fazer a homenagem. Leia essa página completa e a senhora verá ao meio da minha publicação o discurso dele. Muito obrigado. Mas de qualquer forma, farei sim, outra postagem, somente, com o Discurso do Martin Luther King. Também postei em meu blog, vou enviar por e-mail, ok. Muito obrigado, 

ALBERTO ARAÚJO.


Alberto Araújo, Dalma Nascimento e Nélida Piñon
Instituto Cultural da Sociedade Nacional de Agricultura, 
Rua General Justo, 171 - 2º andar, Castelo, Rio de Janeiro.



APOIO NA DIVULGAÇÃO











19 de novembro de 2020

EM 20 DE NOVEMBRO, O PASTOR MARTIN LUTHER KING É HOMENAGEADO PELO FOCUS PORTAL CULTURAL.







Confira a íntegra do discurso feito por Martin Luther King há 50 anos. No dia 28 de agosto de 1963, ele discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e raça.

"Eu Tenho um Sonho" é considerado um dos discursos mais refinados na história da oratória dos Estados Unidos. A marcha, e especialmente, a fala de King, ajudou a colocar os direitos civis no topo da prioridade dos reformadores dos EUA e facilitou a implementação da Lei dos Direitos Civis de 1964.

A cópia original do discurso escrita em máquina de escrever, incluindo notas à mão de King, foi descoberta em 1984 sob os pertences de George Raveling, o primeiro treinador de basquete afro-americano da Universidade de Iowa. Em 1963, Raveling, então com 26 anos, estava perto do pódio onde King discursou, e imediatamente após a fala perguntou ao líder civil se poderia ter a cópia do discurso. King aceitou.


 

DISCURSO DE MARTIN LUTHER KING JR.

 

Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nosso país.

Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.

Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.

Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de "vida, liberdade e à procura de felicidade".

É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: "Saldo insuficiente".

Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.

Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora [aplausos] de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.

Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.

Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.

Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes, teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.

Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.

E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder.

Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: "Quando é que ficarão satisfeitos?" Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.

Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê "somente para brancos".

Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando "a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente".

Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.

Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.

Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: "Consideramos essas verdades como auto evidentes que todos os homens são criados iguais." 

Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de "interposição" e "anulação", um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia "todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente".

Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.

Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:

Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.

Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a liberdade!

E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.

E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de Nova Hampshire.

Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.

Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.

Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.

Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.

Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.

Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a liberdade ressoe.

E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:

Finalmente livres! Finalmente livres!

Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente."

 

MARTIN LUTHER KING


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"Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

 

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

 

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

 

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

 

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.

 

Eu tenho um sonho hoje!

 

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.

 

Eu tenho um sonho hoje!"

 

— Martin Luther King Jr. [123]

 

 

 

 

Martin Luther King Jr. nascido Michael King Jr. nasceu em Atlanta, 15 de janeiro de 1929 e faleceu em Memphis, 4 de abril de 1968, foi um pastor batista e ativista político estadunidense que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até seu assassinato em 1968. King é amplamente, conhecido pela luta dos direitos políticos através da não violência e desobediência civil, inspirado por suas crenças cristãs e o ativismo não violento de Mahatma Gandhi.

 

King liderou em 1955 o boicote aos ônibus de Montgomery e posteriormente se tornou o primeiro presidente da Conferência da Liderança Cristã do Sul (abreviado em inglês como SCLC). Como presidente da SCLC, ele liderou sem sucesso em 1962 a luta contra a segregação em Albany, e foi um dos participantes que organizaram os protestos não violentos de 1963 em Birmingham. King ajudou na organização da Marcha sobre Washington onde ele ditou seu famoso discurso "Eu Tenho um Sonho" (em inglês: "I Have a Dream") aos pés do Memorial de Lincoln.

 

Em 14 de outubro de 1964, King ganhou o Prêmio Nobel da Paz por combater o racismo nos Estados Unidos através da resistência não violenta. Em 1965, ele ajudou a organizar as Marchas de Selma a Montgomery. Nos seus últimos anos, ele ampliou seu ativismo contra a pobreza e a Guerra do Vietnã. O diretor do FBI J. Edgar Hoover achava King um radical e fez dele alvo do programa de contrainteligência a partir de 1963. Os agentes do FBI o investigaram por possíveis laços comunistas, ameaçaram tornar público suas supostas relações extraconjugais e o denunciaram para agentes governamentais e, em 1964, mandaram a King uma carta ameaçadora anônima, o qual ele interpretou como uma tentativa de alguém a incentivá-lo a cometer suicídio.

 

Antes de sua morte, King estava planejando uma ocupação em Washington, D.C., que seria denominada Campanha dos Pobres, quando ele foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis. Sua morte causou forte reação e foi seguida por manifestações em várias cidades dos Estados Unidos. Alegações que o assassino convicto de King, James Earl Ray, ter sido coagido ou agido em conjunto com agentes do governo persistiram por décadas após o tiroteio.

 

King foi premiado, postumamente, com a Medalha Presidencial da Liberdade e a Medalha de Ouro do Congresso. O Dia de Martin Luther King foi estabelecido como feriado em cidades e estados dos Estados Unidos a partir de 1971; o feriado foi promulgado a nível federal por uma legislação assinada pelo presidente Ronald Reagan em 1986. Centenas de estradas nos EUA foram renomeadas em sua honra, e um condado em Washington foi dedicado a ele. O Martin Luther King Jr. Memorial no National Mall em Washington D.C. foi inaugurado em sua homenagem em 2011.

 

King foi considerado a segunda pessoa mais admirada do século XX pela lista Gallup. Em 1963, ele foi nomeado pela revista Time com a pessoa do ano e, em 2000, ele ficou em sexto lugar como "Pessoa do Século" em uma votação pela mesma revista. King ficou em terceiro lugar como o maior cidadão da história dos EUA em um concurso feito pelo Discovery Channel e o AOL.

 

Em 29 de março de 1968, King foi para Memphis, Tennessee, para dar apoio a funcionários negros de obras públicas, que eram representados pelo American Federation of State, County and Municipal Employees. Os trabalhadores estavam em greve desde o dia 12 de março por salários melhores e tratamentos justos. Em um incidente, funcionários negros receberam o pagamento de apenas duas horas quando tinham trabalhado integralmente, enquanto funcionários brancos receberam o dinheiro de trabalho de um dia inteiro.

 

Em 3 de abril, King dirigiu um comício e disse para a multidão a fala "Estive no topo da montanha", dito no Templo Mason, a sede mundial da Igreja de Deus em Cristo. O voo de King até Memphis foi atrasado por causa de uma ameaça de bomba contra seu avião.[194] Em um profético discurso na última fala pública de sua vida, em referência a ameaça de bomba, King disse o seguinte:

 

E então cheguei a Memphis. E alguns começaram a falar sobre as ameaças, ou falar sobre as ameaças externas. O que aconteceria comigo diante do perigo de alguns brancos doentes mentalmente? Bem, eu não sei o que acontecerá agora. Nós tivemos alguns dias difíceis pela frente. Mas não me importo com isso agora. Porque eu estive no topo da montanha. E eu não dou a mínima. Como qualquer um, eu gostaria de viver uma vida longa. A longevidade tem seu lugar. Mas eu não estou preocupado com isto agora. Eu quero apenas fazer o desejo de Deus. E ele permitiu-me ir no topo da montanha. E eu olhei ao redor. E avistei a terra prometida. Talvez eu não fique com você lá. Mas eu quero que você saiba esta noite, que nós, como povo, chegaremos a terra prometida. Então estou feliz esta noite. Não estou preocupado por nenhuma coisa. Não temo nenhum homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor.[195]

King estava hospedado no quarto 306 do Lorraine Motel (cujo dono era Walter Bailey) em Memphis. Abernathy, a qual estava presente no assassinato, testemunhou no Comitê Seletivo da Casa dos Estados Unidos sobre Assassinatos que King e sua comitiva ficavam no quarto 306 de maneira tão frequente que o aposento é agora conhecido como "suíte King-Abernathy".[196] De acordo com Jesse Jackson, o qual estava presente no fatídico ato, as últimas palavras de King na sacada antes de ser morto foram dirigidas ao músico Ben Branch, que tinha agendado uma performance naquela noite no evento que King estava participando. King disse: "Ben, garanta-se que você toque Take My Hand, Precious Lord no encontro de hoje mais tarde. Toque de maneira realmente bonita".

 

King levou um tiro fatal dado por James Earl Ray às 18:01, em abril 4 de 1968, enquanto ele estava na segunda sacada do motel. A bala perfurou sua bochecha direita, esmagando a mandíbula para então chegar à medula espinhal e se alojar no ombro. Abernathy escutou o tiro de dentro do motel e correu para a sacada achando King no chão. Jackson afirmou que após o disparo ele deu assistência a King, mas essa versão é contestada por outros colegas; Jackson mais tarde mudaria seu testemunho dizendo que ele apenas alcançou a sacada onde King estava.

 

Após uma cirurgia de emergência, King morreu no St. Joseph's Hospital às 19:05. De acordo com seu biógrafo Taylor Branch, a autópsia de King revelou que embora ele tivesse apenas 39 anos quando faleceu, ele "tinha um coração de uma pessoa de 60 anos", a qual Branch atribuiu ao stress dos treze anos de luta no movimento dos direitos civis. King foi enterrado no Martin Luther King, Jr., National Historic Site.