O
dia próprio de São Paulo é 29 de junho, junto com São Pedro, e assim, de certa
forma, a gigantesca figura de Paulo fica em segundo plano diante da primazia do
Príncipe dos Apóstolos. Mas a pessoa de Paulo é tão importante para a Igreja
que o dia da sua conversão é também celebrado. (Para nós brasileiros, esta data
também marca a fundação da maior cidade do país, São Paulo, em 1554).
Saulo,
seu nome antes da conversão, nasceu na cidade de Tarso, região da Cilícia, na
Turquia. Seu pai era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim. Por
causa da fidelidade ao imperador, a família de Saulo tinha recebido a cidadania
romana. Logo, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem
situado financeiramente, religioso, inteligente e culto. Estudou na conhecida
Escola de Gamaliel, mestre judeu distinguido pelo saber e integridade de vida.
O
sincero zelo religioso de Saulo o levou a perseguir furiosamente os cristãos,
que considerava traidores da pátria e do judaísmo. É citado na Bíblia pela
primeira vez no martírio de Santo Estêvão, quando guardava as roupas dos
apedrejadores. As orações deste mártir em favor dos seus algozes certamente
favoreceram a sua conversão.
Em
missão para prender os cristãos de Damasco e levá-los a julgamento em
Jerusalém, Saulo foi surpreendido por uma luz vinda do céu que o envolveu, e
uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” Desta intervenção
direta de Deus (cf. At 9,4-18) seguiu-se a conversão e batismo de Saulo em
Damasco, por intermédio de Santo Ananias (cuja festa também é hoje). Tomando o
nome de Paulo, o agora apóstolo iniciou sua imensa obra de viagens de
evangelização, particularmente junto aos gentios. Perseguido incansavelmente, foi
preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Por
ser cidadão romano, teve o privilégio de ser decapitado e não crucificado, a
pena usual para os cristãos.
Reflexão:
Espetacular
foi a conversão de São Paulo, bem como a sua ação missionária, que inclui 14
cartas integrantes do cânon da Bíblia – a escrita é uma pregação continuada ao
longo do tempo. Apesar de suas atitudes um tanto fanáticas pelo judaísmo, que
levaram à morte de cristãos, é importante lembrar que sua radicalidade, ainda
que mal orientada no início, é uma grande virtude na vivência da Fé, e Deus
quis aproveitá-la para salvar não apenas o próprio Saulo, mas inúmeras outras
almas, naquela época, hoje e certamente no futuro. E para nós importante é o
questionamento de termos claro até onde somos radicais no seguimento de Cristo:
porque disto depende toda a nossa vida. Ou chegaremos a dizer como Paulo, “não
sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20), ou seremos
cortados da Cabeça do Corpo Místico, que é Jesus, num martírio infinito.
Oração:
Deus
Todo-Poderoso, cuja misericórdia é capaz de quaisquer prodígios em nosso favor,
concedei-nos pela intercessão de São Paulo a irrefreável coragem de tudo
enfrentar na Vossa busca e na realização das Vossas boas obras, para
permanecermos sempre em comunhão Convosco, já na Terra e infinitamente no Céu.
Por Jesus Cristo Vosso Filho, que nunca deixa de nos chamar para o Vosso amor,
e Nossa Senhora, cujas súplicas por nós não podeis deixar de atender. Amém.
Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CssR; revisão e acréscimos: José Duarte de Barros
Filho
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