Iniciamos o ano civil com a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (Theotókos). Esta comemoração ocorre dentro das festividades de Natal, na oitava de Natal (oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo), para relembrarmos o nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Esse título foi dado a Nossa Senhora no Concílio do Éfeso, que aconteceu em 431. Nessa ocasião a Igreja proclamou Virgem Santíssima como “Theotókos”, expressão grega que significa Mãe de Deus.
A SOLENIDADE DE MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DE DEUS, é a primeira festa mariana que apareceu na Igreja Ocidental. Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios: em 325, o Concílio de Nicéia; e, em 381, o de Constantinopla. Esses dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Nesta data celebrava-se, antigamente, a festa chamada Circuncisão do Menino Jesus. A circuncisão é uma cerimônia dos judeus que, como sabemos, acontece oito dias após o nascimento dos meninos. Assim aconteceu com Jesus. Hoje, porém, a Igreja comemora neste dia solenidade da Santíssima Virgem Maria Mãe de Deus.
Originalmente, a festa nasceu com
o intuito de substituir o costume pagão das stranae (dádivas), cujos ritos não
correspondiam com a santidade das celebrações cristãs. O título foi criado
pelos cristãos para exprimir uma fé que não tinha relação com a mitologia pagã,
a fé na concepção virginal, no seio de Maria, daquele que, desde sempre, era o
Verbo Eterno de Deus.
No século IV, ensinava o bispo
Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza
humana. Segundo a divina Escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro,
porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois
todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da
encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a
realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um
corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem
diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a
Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem
é a Mãe de Deus.
No terceiro Concílio Ecumênico,
em 431, Maria Santíssima foi aclamada Mãe de Deus, em grego, Theotókos.
Trata-se de um título que não aparece explicitamente nos textos evangélicos,
embora eles recordem “a Mãe de Jesus” e afirmem que Ele é Deus (Jo 20,28; cf.
5,18; 10,30.33). Em todo o caso, Maria é apresentada como Mãe do Emanuel, que
significa Deus conosco (cf. Mt 1,22-23).
A palavra Theotókos significa Mãe
de Deus, que é o artigo que os católicos professam em Maria Santíssima; porém
Theótocos quer dizer ‘gerada de Deus’, ponto que Nestório, patriarca de
Constantinopla e grande inimigo da Virgem, duvidava e contestava a legitimidade
do título. A mudança de acento na palavra altera o sentido, passando de um
sentido bem preciso para outro vago.
Ao proclamar Maria “Mãe de Deus”,
a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe.
Essa união emerge já no Concílio de Éfeso. Com a definição da maternidade
divina de Maria, os padres queriam evidenciar a sua fé à divindade de Cristo.
Não obstante as objeções, antigas e recentes, acerca da oportunidade de
atribuir esse título a Maria, os cristãos de todos os tempos, interpretando
corretamente o significado dessa maternidade, tornaram-no uma expressão
privilegiada da sua fé na divindade de Cristo e do seu amor para com a Virgem.
Deus se fez carne por meio de
Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu o centro da história. Ela é
o ponto de união entre o céu e a terra.
MARIA SANTÍSSIMA, ROGAI POR NÓS!
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