NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS é uma invocação especial pela qual é conhecida a Santíssima Virgem Maria, também invocada com a mesma intenção sob o nome de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Precede as aparições marianas ocorridas em La Salette, em Lourdes, em Fátima e em Campinas-SP.
Esta invocação está relacionada a duas aparições da Virgem
Maria a Santa Catarina Labouré, então uma noviça da Congregação das Filhas da
Caridade de São Vicente de Paulo em Paris, França, no século XIX.
A primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, dia 19 de julho de 1830, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz. Catarina então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite.
A aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina
Labouré.
Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito
tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia:
"Irmã Labouré, vem à capela; a Virgem Maria te aguarda". Mas ela
replicou: "Seremos descobertas!". A voz angélica respondeu: "Não
te preocupes, já é tarde, todos dormem... vem, estou à tua espera".
Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e
toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na
cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou: "A
Santíssima Virgem Maria deseja falar-te". Catarina adiantou-se e
ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria
lhe disse:
SANTA CATARINA LABOURÉ. "Deus deseja te encarregar de uma
missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer
todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a
França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos,
grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção
de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas
perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue
correrá". Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu.
Guiada pelo anjinho, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.
Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade
até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina
dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo
seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem Maria sobre um grande
globo, segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra
"França". Ela explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente
a França, e os tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das
muitas guerras da época.
Então a visão modificou-se e a Virgem Maria apareceu com os
braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz coloridos e
raios de luz brancos e rodeada por uma frase que dizia: "Oh Maria,
concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Desta vez a
Santíssima Virgem deu instruções diretas: "Faz cunhar uma medalha onde
apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes
graças". Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e
soube que era pelas graças que não eram pedidas. Então Maria voltou-lhe as
costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso no verso da medalha.
Catarina também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse
cumprida. A Virgem Maria disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o
padre Jean Marie Aladel.
De início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe
contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder da Irmã
Catarina ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas
mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Desde então a devoção a esta
medalha, sob a invocação de Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, não
cessou de crescer. Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da
morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.
AS APARIÇÕES EM CAMPINAS
Foi no Instituto das Irmãs Missionárias de Jesus
Crucificado, fundado por Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas,
que viveu a Irmã Amália de Jesus Flagelado, a freira espanhola agraciada com o
fenômeno dos sagrados estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo e com inúmeras
aparições marianas. Esta religiosa fez parte do grupo de primeiras irmãs e foi
cofundadora do próprio Instituto, tendo feito os seus votos perpétuos no dia 8
de dezembro de 1931.
Estátua original de Nossa Senhora das Lágrimas em Campinas,
no Brasil.
Na década de 1930, na capela da Avenida Benjamin Constant,
n.º 1344 (esquina com a Rua Luzitana, n.º 1331), em Campinas, no Estado de São
Paulo, no Brasil, a Virgem Maria e o Seu próprio filho, Jesus Cristo, terão
aparecido várias vezes à Serva de Deus Irmã Amália de Jesus Flagelado (de seu
nome de batismo, Amália Aguirre), comunicando-lhe muitas mensagens com apelos
de oração, de sacrifício e de penitência. A Santíssima Virgem Maria, no dia 8
de março de 1930, se apresentou como Nossa Senhora das Lágrimas e lhe ensinou
as jaculatórias da Coroa (ou Rosário) das Lágrimas.
Medalha de Nossa Senhora das Lágrimas (de Campinas) e de Jesus Manietado.
No dia 8 de abril de 1930, Nossa Senhora revelou também à
Irmã Amália uma nova medalha milagrosa, a medalha da evocação às Suas lágrimas,
e lhe pediu que, conjuntamente com a Coroa (ou Rosário), a difundisse pelo
mundo inteiro, pois através dessa mesma medalha se dariam muitos prodígios, um
grande número de conversões e muitas almas seriam salvas. Por ordem da Mãe de Deus, a medalha traz
cunhada na frente a imagem de Nossa Senhora das Lágrimas entregando a Coroa (ou
Rosário) das Lágrimas à Irmã Amália, exatamente como aconteceu na aparição de 8
de março de 1930, e com as palavras ao redor: '"Ó Virgem Dolorosíssima, as
Vossas Lágrimas derrubaram o império infernal!"; no verso, a medalha traz
cunhada a imagem de Jesus Manietado (ou seja, com as mãos amarradas durante a
Sua Paixão) com as seguintes palavras: "Por Vossa Mansidão Divina, ó Jesus
Manietado, salvai o mundo do erro que o ameaça!".
Embora a Irmã Amália de Jesus Flagelado, nesse ano de 1930,
tenha conseguido divulgar a Medalha e a Coroa das Lágrimas, e essa devoção até
tenha chegado a alguns países estrangeiros, esses meios de salvação revelados
pela Mãe de Deus permanecem ainda muito desconhecidos.
Reconhecimento canônico
Virgem Maria na arte
Em 8 de março de 1932, o Senhor Bispo de Campinas, Dom
Francisco de Campos Barreto, reconheceu a veracidade das aparições marianas à
Irmã Amália de Jesus Flagelado e concedeu as devidas autorizações – entre elas,
o Imprimatur – para a publicação dos seus escritos (que incluíam as mensagens
originais de Jesus e de Nossa Senhora) e das orações da Coroa (ou Rosário) de
Nossa Senhora das Lágrimas.
Em 20 de fevereiro de 1934, o mesmo prelado publicou uma
declaração episcopal e reforçou a importância da devoção a Nossa Senhora das
Lágrimas.
Apostolado Internacional
Depois de dez anos de uma profunda investigação, de recolha de informação e de testemunhos pessoais, Renato Carrasquinho recompilou os escritos e as mensagens originais ditadas pelo Céu à Irmã Amália de Jesus Flagelado, e ainda reconstituiu biograficamente a vida da religiosa missionária com pleno rigor. Em 2017, para assinalar o centenário das aparições marianas de Fátima, em Portugal, as quais antecederam as aparições de Campinas, no Brasil, e ainda como resposta efetiva aos apelos da Virgem Maria, o autor fundou, com representação mundial, o Apostolado Internacional de Nossa Senhora das Lágrimas.
Na maior parte da Imaculada Conceição de Bartolomé Esteban Murillo, da qual cerca de vinte e quatro foram pintadas, a Virgem Maria aparece vestida com uma túnica branca e um manto azul, com as mãos cruzadas sobre o peito, e ao mesmo tempo com uma lua crescente a seus pés e com os olhos fixos no céu. Esta obra foi encomendada a Murillo por Justino de Neve (1625-1685), que era cônego da Catedral de Sevilha, com destino ao Hospital de los Venerables da cidade de Sevilha, já que na Espanha havia se espalhado, extraordinariamente, desde o A devoção do século XVI à Imaculada Conceição de Maria, também referido país sendo o principal defensor do mistério e aquele que mais lutou até se tornar um dos dogmas da Fé Católica, embora isso não ocorresse oficialmente até 1854 Ao longo de sua vida, Murillo pintou cerca de duas dúzias de Conquistas Imaculadas que se encontram atualmente em todo o mundo, embora quatro delas sejam mantidas no Museu do Prado e muitas outras no Museu de Belas Artes de Sevilha. a cidade natal do pintor.
A devoção à Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa teve início com as aparições da Virgem Maria à piedosa irmã Catarina Labouré. Foram, ao todo, três aparições que aconteceram, em 1830, no convento das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, na Rue du Bac, em Paris, na França. Na segunda aparição, a Santíssima Virgem mandou que fossem cunhadas medalhas, conforme as visões concedidas a Catarina. Com a aprovação eclesiástica, as medalhas foram confeccionadas e distribuídas, inicialmente na França, e depois pelo mundo todo.
FONTE
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_das_Gra%C3%A7as
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_das_L%C3%A1grimas#As_apari%C3%A7%C3%B5es_em_Campinas
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