CINZAS – JEJUM E ABSTINÊNCIA
(roxo – ofício do dia da 4ª semana do saltério)
Com a Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a caminhada quaresmal rumo à Páscoa da ressurreição. Deixemo-nos reconciliar com Deus, trilhando o caminho da conversão na companhia da caridade, da oração e do jejum. O Pai benigno e misericordioso nos convida a assumir também a proposta da Campanha da Fraternidade, que neste ano nos motiva à superação de toda violência e intolerância.
Primeira Leitura: Joel 2,12-18
Leitura da profecia de Joel – 12 “Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; 13 rasgai o coração, e não as vestes, e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo.” 14 Quem sabe se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus? 15 Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; 16 congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa seu leito. 17 Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor e digam: “Perdoa, Senhor, a teu povo e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem”. Por que se haveria de dizer entre os povos: “Onde está o Deus deles?” 18 Então, o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 50(51)
Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos.
- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! / Na imensidão de vosso amor, purificai-me! / Lavai-me todo inteiro do pecado / e apagai completamente a minha culpa! – R.
- Eu reconheço toda a minha iniquidade, / o meu pecado está sempre à minha frente. / Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, / pratiquei o que é mau aos vossos olhos! – R.
- Criai em mim um coração que seja puro, / dai-me de novo um espírito decidido. / Ó Senhor, não me afasteis de vossa face / nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! – R.
- Dai-me de novo a alegria de ser salvo / e confirmai-me com espírito generoso! / Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, / e minha boca anunciará vosso louvor! – R.
Segunda Leitura: 2 Coríntios 5,20–6,2
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios – Irmãos, 20 somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21 Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus. 6,1 Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, 2 pois ele diz: “No momento favorável eu te ouvi, e no dia da salvação eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação. – Palavra do Senhor.
Evangelho: Mateus 6,1-6.16-18
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1 “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 2 Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 3 Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4 de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. 5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 6 Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. 16 Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo, eles já receberam a sua recompensa. 17 Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. – Palavra da salvação.
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Considerando que muitas pessoas
estão me consultando acerca da maneira correta de viver o jejum e a abstinência
de carne, escrevo estas linhas para que nossos leitores possam voltar, neste
tempo quaresmal de 2014, para uma profunda vivência do que a Mãe Igreja espera
de cada um de nós neste tempo oportuno de conversão e de mudança de vida!
O JEJUM:
Praticado desde toda a Antiguidade
pelo povo eleito, como sinal de arrependimento, praticado por Nosso Senhor
Jesus Cristo e por todos os santos, recomendado pela Santa Igreja como
instrumento de santificação da alma, de controle do corpo e equilíbrio emocional.
Quando devemos jejuar por
obrigação?
Na Quarta-feira de cinzas, abertura
da Quaresma
Na Sexta-feira Santa, dia da morte
de Nosso Senhor.
No entanto, todos os católicos
devem ter a mortificação e o jejum presentes em suas vidas ao longo do ano, principalmente
durante o Advento, a Quaresma e nas Quatro Têmporas, tendo sempre o espírito
mortificado, fugindo do excesso de conforto e prazeres e, na medida do
possível, oferecendo alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, no beber, nas
diversões (televisão principalmente), nos desconfortos que a vida oferece
(calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo.
Como o jejum e a abstinência fazem
parte dos mandamentos da Igreja, devemos nos empenhar para praticá-los por amor
de Deus. Caso haja alguma negligência ou fraqueza da nossa vontade que nos leve
a quebrar o santo jejum ou a abstinência, devemos nos arrepender por não termos
obedecido ao que nos ordena nossa Santa Madre Igreja, confessando-nos
portemo-nos assim ofendido a Deus.
QUEM ESTÁ OBRIGADO A JEJUM?
Estão obrigados à lei da
abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão
obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (quem completou 18 anos) até
os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e pais cuidem para
que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão
obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade
(cf. CDC, cân . 1252).
A Quarta-feira de Cinzas e a
Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e
abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra
prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação
nesses dias da Sagrada Liturgia.
NORMAS DA CNBB SOBRE JEJUM E
ABSTINÊNCIA EM VIGOR NO BRASIL
Cânon 1251. Observe-se a
abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da
Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que
coincida com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a
abstinência e o jejum na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão e
Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Cânon 1252. Estão obrigados à lei
da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão
obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos
começados.
Nota do cânon 1252: Os limites de
idade para a penitência ficam modificados. A abstinência começa aos catorze
anos e vai até o fim da vida. O jejum obriga a partir dos dezoito anos
completos e vai até os cinquenta e nove anos completos.
Não se determina mais, no Código,
em que consista o jejum. De acordo com a tradição jurídica anterior, trata-se
de não tomar mais que uma refeição completa, permitindo-se, porém, algum
alimento outras duas vezes por dia. Pode-se seguir essa norma, enquanto a
Conferência Episcopal não determinar algo diferente.
A Conferência Episcopal pode
determinar mais exatamente a observância do jejum e da abstinência, como também
substituí-los, total ou parcialmente, por outras formas de penitência, principalmente,
por obras de caridade e exercícios de piedade.
(CNBB, “Diretório da Liturgia e da
organização da Igreja no Brasil”, 2010).
FONTE:
Catequisar.com
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