Santa Catarina de Alexandria -
Pintura de Bartolomé Esteban Murillo
Criação: de 1650 a 1655
CATARINA
DE ALEXANDRIA, também conhecida como A Grande Mártir Santa Catarina é uma santa
e mártir cristã que foi uma notável intelectual no início do século IV.
Passados 1 100 anos, Joana d'Arc disse que Santa Catarina apareceu-lhe várias
vezes. A Igreja Ortodoxa a venera como uma "grande mártir", e na
Igreja Católica, ela é tradicionalmente reverenciada como um dos Catorze santos
auxiliares.
A
vida e o martírio de Catarina de Alexandria (Egito) estão de tal modo mesclados
às tradições cristãs, que ainda hoje fica difícil separar os acontecimentos
reais do imaginário de seus devotos. Segundo documentos gregos, seu nome
original era Ecatarina, mártir durante a perseguição do imperador Dioclesiano,
por volta do ano 305.
Descrita
como uma jovem muito bela e muito culta, foi denunciada como cristã ao
imperador pagão Maximiano, a quem teria censurado pela perseguição aos fiéis,
e, por seu profundo conhecimento filosófico, demonstrado a falsidade dos deuses
e a veracidade do Cristianismo. Impressionado, o imperador convocou alguns
filósofos que deveriam refutá-la, mas que, ao contrário, foram por ela
convertidos. Foram então condenados à morte junto com Catarina, cujo suplício
deveria ser o dilaceramento corporal através de lâminas presas a uma roda. Esta
roda, porém, ao passar sobre o seu corpo, partiu-se ao meio. Após várias outras
torturas, Catarina foi decapitada.
ESCLARECIMENTO
Por
volta do ano 1000, parte das suas relíquias foi levada para um mosteiro
beneditino próximo a Roen, na França, tornando-se famoso o seu poder milagroso.
Em
1969, a Igreja Católica omitiu do Calendário Litúrgico Universal a celebração
do dia 25 de novembro, em memória de seu martírio. Essa omissão foi mal
interpretada como uma espécie de cassação, pois Santa Catarina de Alexandria
continua a ser legitimamente venerada nos calendários particulares das dioceses
e paróquias.
As
razões da atual revisão histórica são: a) a descoberta de afrescos dos séculos
IX e VIII, em Roma e em Nápoles, com a identificação de seu nome Ekaterina; b)
perante essa descoberta, hoje não é mais possível afirmar a falsa ideia de que
seu culto começou apenas na época dos cruzados (que era justamente um dos
argumentos para a tese de um culto particular que se tornou popular pelos seus
devotos); c) devemos salientar o princípio de que não é o documento que está na
origem do culto e que não parece científico negar sua historicidade a partir do
argumento de escassez documental; d)
devemos
também frisar a distinção hermenêutica entre o núcleo histórico e lendário nas
narrativas.
Suas
relíquias no Monte Sinai são autênticas e provam sua existência na sociedade
egípcia da época. A grande mártir Santa Catarina de Alexandria então se tornou
popular e venerada em todas as partes do mundo.
Recentemente
o papa São João Paulo II recolocou sua memória no Missal Romano, mas como
memória facultativa, mostrando claramente a fé da Igreja Católica em sua
intercessão.
REFLEXÃO
Ainda
que certos detalhes possam ser fantasiosos, e que nem todos os dados históricos
tenham sido perfeitamente estabelecidos, é certo que Santa Catarina foi mártir
em Alexandria no século IV, pela perseguição aos cristãos no Império Romano.
Por sua sabedoria, ela é invocada como protetora pelos estudantes, intelectuais
e filósofos. A Universidade de Paris escolheu-a como padroeira. E o Brasil
honra-se em tê-la protetora de um Estado, que leva o seu nome. Importante é a
cultura e o conhecimento, especialmente das coisas de Deus, mas também das
ciências e das ideias. A boa formação intelectual dá sólidos subsídios para a
Fé esclarecida, o que evita aos fiéis serem enganados por doutrinas e conceitos
estranhos ao Evangelho. Embora a santidade não dependa exclusivamente de uma
grande formação cultural, seria negligência e omissão culposas a falta de
empenho em conhecer mais profundamente a mensagem de Cristo e da Sua Igreja,
para aqueles a quem isto é minimamente possível.
Oração
Ó
Santa Catarina, sábia e firme na fé, rogai a Deus para que nós tenhamos a
coragem de buscar conhecer sempre melhor os ensinamentos de Cristo na Sua
Igreja, e de testemunhá-los pelas nossas palavras e ações em qualquer ocasião,
de forma a merecermos o prêmio do Paraíso e a edificar os irmãos. Amém.
FONTES:
Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR.
Revisão
e acréscimos: José Duarte de Barros Filho
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