A HISTÓRIA DE SANTA RITA foi repleta
de eventos extraordinários e um destes se mostrou na sua infância. São
situações que a tradição dos cristãos quis expressar a missão e vocação dela. A
criança, talvez deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na roça
enquanto os seus pais trabalhavam na terra, foi circundada dá um enxame de
abelhas. Estes insetos recobriram a menina, mas estranhamente, não a picaram.
Um caipira, que no mesmo momento havia ferido a mão com a enxada e estava
correndo para ir curar-se, passou na frente da cesta onde estava deitada Rita.
Viu as abelhas que rodeavam a criança, começou a mandá-las embora e com grande
estupor, à medida que movia o braço, a ferida se cicatrizava completamente.
Rita teria desejado ser monja, todavia
ainda jovem (aos 13 anos) os pais, já idosos, a prometeram em casamento a Paulo
Ferdinando Mancini, um homem conhecido pelo seu caráter iroso e brutal. Santa
Rita, habituada ao dever não opôs resistência e se casou com o jovem oficial
que comandava a guarnição de Collegiacone, presumivelmente entre os 17-18 anos,
isto é, em torno aos anos 1387-1388.
Do casamento entre Rita e Paulo
nasceram dois filhos gêmeos; Giangiacomo Antonio e Paulo Maria que tiveram todo
o amor, a ternura e os cuidados da mãe. Rita conseguiu com o seu doce amor e
tanta paciência a transformar o caráter do marido, o fazendo ser mais dócil.
Tiveram dois filhos, e ela buscou
educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes
de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão,
traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Rita então, chorava, orava, intercedia
e sempre dava bom exemplo a eles. E passou por um grande sofrimento ao ver o
marido assassinado e ao descobrir depois que os dois filhos pensavam em vingar
a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que os
levasse antes que cometessem esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois
rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.
Santa Rita, modelo de humildade e
bondade, viveu o Evangelho a tal extremo que foi capaz de perdoar os assassinos
de seu marido e de orar por eles. Conheçamos, nestes tempos de individualismo e
guerras, a história daquela que praticou e defendeu o maior ensinamento do
Senhor: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”
Sem o marido e filhos, Santa Rita
entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no
Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto,
ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três
santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino e
milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.
Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa
de hoje viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor. Rita quis ser
religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma
religiosa exemplar. Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito
devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por
isso teve que viver resguardada.
Para Rita os últimos 15 anos de sua
vida foram de sofrimento sem trégua. A sua perseverança na oração a levava a
passar até 15 dias correntes na sua cela “sem falar com ninguém se não com
Deus”, além do mais usava também o cilicio que lhe dava tanto sofrimento,
submetia o seu corpo a muitas mortificações: dormia no chão até que se adoentou
e assim ficou até os últimos anos da sua vida.
Cinco meses antes da morte de Rita, um
dia de inverno com a temperatura rígida e um manto de neve cobria tudo, uma
parente lhe foi visitar e antes de ir embora perguntou à Santa se Ela desejava
alguma coisa, Rita respondeu que teria desejado uma rosa da sua horta. Quando
voltou a Roccaporena a parente foi à horta e grande foi a sua surpresa quando
viu uma belíssima rosa, a colheu e a levou a Rita.
Santa Rita expirou na noite entre 21 e
22 de maio de 1447. Devido ao grande culto que brotou logo depois da sua morte,
o corpo de Rita nunca foi enterrado, mas mantido em uma urna de vidro. Rita
conseguiu reflorescer, apesar dos espinhos que a vida lhe reservou, espalhando
o bom perfume de Cristo e aquecendo tantos corações no seu gélido inverno. Por
este motivo e em recordação do prodígio de Roccaporena, a rosa é, por
excelência, o símbolo de Rita.
A PRIMEIRA IGREJA DEDICADA A SANTA
RITA erigida no Rio de Janeiro foi em 1710. A sua Igreja, erigida no centro da
cidade, é um importante centro de evangelização. Depois muitas outras paróquias
e capelas foram dedicadas a “santa dos impossíveis”. Todos os santos nos
demonstram que a razão primeira e última de suas vidas foi Jesus Cristo. E é só
por Ele que podemos compreender suas vidas e virtudes. Por isso eles nos
apontam para o centro de nossa vida e pedra angular da construção da
humanidade: o Senhor Jesus Cristo. Acorramos a Santa Rita e nela busquemos os
exemplos para vivermos a esperança como virtude cristã que só o Cristo
Ressuscitado pode nos proporcionar no cotidiano de nossas vidas. Santa Rita!
Rogai por nós!
O corpo incorrupto de Rita de Cássia é
um dos casos mais célebres de que se tem notícia na história da Igreja
Católica. Nascida Margherita Lotti, aquela que ficaria conhecida no mundo
inteiro como a "santa das causas impossíveis" morreu ainda em 1457,
mas, até hoje, quem quer que visite a pequena comuna de Cássia, no interior da
Itália, ficará impressionado em encontrar os restos mortais dessa santa mulher
ainda bem preservados no interior de uma urna dourada de cristal.
Numerosos são, além disso, os eventos
miraculosos relacionados a essas relíquias, começando pelo que se relata ter
acontecido no momento mesmo de sua morte, quando a cela em que ela se
encontrava ficou repleta de um perfume extraordinário e uma luz espantosa
emanou do estigma que ela tinha na testa.
BASEADO NO TEXTO DO CARDEAL DOM ORANI
TEMPESTA, ARCEBISPO DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO (RJ)
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