Conta-se
que, em novembro de 1830, uma noviça francesa testemunhou a aparição de Nossa
Senhora. Quando a santa dissipou-se, a religiosa observou a forma de uma
medalha na qual estava escrito: "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por
nós, que recorremos a vós". Em seguida, ouviu: "Faça cunhar uma
medalha com esses dizeres, e todas as pessoas que a trouxerem consigo receberão
grandes graças".
Nascida
na França no dia 2 de maio de 1806, CATARINA DE LABOURÉ foi a santa que,
segundo os católicos, presenciou a manifestação da virgem. Desse encontro
surgiu a chamada "medalha milagrosa". Os primeiros milagres foram
relatados durante uma epidemia de cólera que atingia Paris, em 1832. De lá pra
cá, a medalha conquistou grande número de devotos.
Oração
Ó
Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa mãe, ao contemplar-vos de braços abertos
derramando graças sobre os que as pedem, cheios de confiança na vossa poderosa
intercessão, inúmeras vezes manifestada pela medalha milagrosa, embora
reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas,
acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais
prementes necessidades. (Momento de silêncio e de pedir a graça desejada.)
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos
solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome e para o
bem de nossas almas. E, para melhor servirmos ao vosso Divino Filho,
inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre
como verdadeiros cristãos. Amém.
(Rezar
três Ave-Marias.)
APARIÇÃO
DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS EM PARIS NA FRANÇA
Nossa
Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, então uma noviça das Irmãs da
Caridade em Paris, França, no século XIX.
PRIMEIRA
APARIÇÃO
A
primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, 19 de
Julho, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes
de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz.
Catarina
então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus
próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela
mesma noite.
Indo
ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por
uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia:
"Irmã
Labouré, vem à capela; Santa Maria te aguarda".
Mas
ela replicou: "Seremos descobertas!".
A
voz angélica respondeu: "Não te preocupes, já é tarde, todos dormem...
vem, estou à tua espera".
Catarina
então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda
iluminada.
Ajoelhou-se
junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por
um esplendor de luz.
A
voz continuou: "A santíssima Maria deseja falar-te".
Catarina
adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu
regaço, e Maria lhe disse:
"Deus
deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas,
terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor.
Os tempos estão difíceis para a França e para
o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e
pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem.
Terás
a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti.
Haverá
muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o
sangue correrá".
Depois
de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjinho,
Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.
SEGUNDA
APARIÇÃO
Catarina
continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento.
Em
27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as
outras irmãs para as orações vespertinas.
Erguendo
seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem sobre um grande globo,
segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra "França".
Ela
explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente a França, e os
tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das muitas guerras da
época.
Então
a visão modificou-se e Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados
por anéis que irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia:
"Oh
Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós".
Desta
vez a Virgem deu instruções diretas:
"Faz
cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a
usarem receberão grandes graças".
Catarina
perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças
que não eram pedidas.
Então
Maria voltou-lhe as costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso
no verso da medalha.
Catarina
também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse cumprida.
A
Virgem disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o padre Jean Marie
Aladel.
AS
PRIMEIRAS MEDALHAS MILAGROSAS
De
início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de
dois anos de cuidadosa observação do proceder de Catarina ele finalmente
dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida
em 20 de junho de 1832.
Desde
então a devoção a esta medalha, sob a invocação de Santa Maria da Medalha
Milagrosa, não cessou de crescer.
Catarina nunca divulgou as aparições, salvo
pouco antes da morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.
A
própria medalha contém as palavras por que a Santa Mãe de Deus quis ser
invocada:
Ó
Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.
Essa
inscrição já sintetiza boa parte da mensagem que a Virgem Mãe revelou: a
Imaculada Conceição, pela primeira vez objeto de revelação particular, em 1858
ratificada em Lurdes, e transformada em dogma pelo Papa Pio IX, com a bula
Ineffabilis Deus, e a mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho.
Usar
essa invocação, portanto, significa acreditar que a Virgem das virgens é a Medianeira
imaculada.
Prodígios
e propagação da Medalha Milagrosa
Quando
iam ser cunhadas as primeiras medalhas, uma terrível epidemia de cólera,
proveniente da Europa oriental, atingia Paris.
O flagelo se manifestou em 26 de março de 1832
e se estendeu até meados do ano.
No
dia 1 de abril, faleceram 79 pessoas; no dia 2, 168; no dia seguinte, 216, e
assim foram aumentando os óbitos, até atingirem 861 no dia 9.
No
total, faleceram 18.400 pessoas, oficialmente; na realidade, esse número foi
maior, dado que as estatísticas oficiais e a imprensa diminuíram os números
para evitar a intensificação do pânico popular.
No
dia 30 de junho, foram entregues as primeiras 1500 medalhas que haviam sido encomendadas
à Casa Vachette, e as religiosas Filhas da Caridade começaram a distribuí-las
entre os flagelados.
Na
mesma hora refluiu a peste e começaram, em série, os prodígios de conversão,
proteção e cura, que em poucos anos tornaram a Medalha Milagrosa mundialmente
conhecida.
Catarina
também tinha o dom da profecia, e uma das suas profecias, ainda não realizada,
refere-se ao grande triunfo de Nossa Senhora:
“Oh
que maravilha será ouvir: “Maria é a Rainha do universo. Será uma época de paz,
gozo e bênçãos, que durará por um tempo bastante longo”.
Em
vários países, as pessoas fazem novenas durante o mês de novembro,
preparando-se para o dia 27 de novembro.
Simbolismo
da Medalha Milagrosa
A
serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a
cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do
Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça
e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar". Deus declara iniciada a
luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo
Adão", juntamente com Maria, a co-redentora, a "nova Eva". É em
Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça
da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.
Os
raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A
Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
As
12 estrelas: Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é
saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave, Stella Maris.
O
coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o
formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a
graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu
infinito e ilimitado Amor.
O
coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria,
inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na
Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.
O
M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o
calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história
da salvação.
O
travessão e a Cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa
Missa é a repetição do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a
importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.
Santa
Catarina Labouré
Catherine
Labouré, nasceu em 2 de maio de 1806 e
faleceu em 31 de dezembro de 1876) foi uma religiosa da França.
Catarina
nasceu em Fain-lès-Moutiers, filha de Pierre Labouré. Quando tinha nove anos
sua mãe morreu, e Catarina, a pedido de seu pai, passou a cuidar de dois de seus
irmãos.
Sentiu
uma forte vocação religiosa, entrou para as Irmãs da Caridade.
Era extremamente devota, um tanto romântica, e
dada a visões e intuições místicas.
Foi
através de um sonho que teve com São Vicente que ela escolheu a Ordem em que
entrou. Tendo cedo perdido a mãe, era especialmente apegada à Virgem Maria.
Durante
a noite 18 de Julho de 1830, Catarina acordou depois de ouvir a voz de uma
criança que dizia: irmã, todo mundo está dormindo, vem à capela, a Virgem Maria
a espera. Acreditando na voz, Catarina segue a criança.
Chegando
à capela, Catarina vê a Virgem Maria ela continuou tendo estas visões até que
em 27 de Novembro de 1830, a Virgem se apresenta como Nossa Senhora das Graças,
e lhe dá a Medalha Milagrosa para ser cunhada.
Morreu
em 31 de Dezembro de 1876.
Seu
corpo foi exumado em 1933, sendo encontrado incorrupto, e hoje é exposto à
veneração na capela de sua Ordem, a mesma onde aconteceram as visões, na Rue du
Bac, 140, em Paris.
Foi
canonizada em 27 de julho de 1947 por Pio XII.
Nenhum comentário:
Postar um comentário