Os japoneses têm a boa fama mundial de serem pessoas polidas e obstinadas, mas também muito atenciosas. Esta cultura é tão importante no país que as crianças aprendem esses importantes valores desde cedo, graças à excelente formação escolar do país. Embora o sistema de ensino, dividido em jardim da infância, primário e colegial, seja similar ao do Brasil, o tipo de educação é bem diferente. Você vai ver isso agora, ao conferir 10 fatos sobre a forma como os japoneses ensinam suas crianças, tornando-as adultos exemplares e felizes. É por essas e outras razoes que o sistema educacional do Japão é mundialmente admirado, e até mesmo invejado.
1. Antes de fazer provas, as crianças devem aprender boas maneiras
Enquanto estão na fase primária, os alunos não têm um conteúdo de ensino muito denso (comparado aos anos seguintes), pois esta é fase onde se aprende ética e valores. Os estudantes aprendem a ter respeito e gentileza, a serem pessoas generosas e ter compaixão pelos outros. Virtudes como autocontrole e senso de justiça também são tópicos de grande importância. Depois de aprender tudo isso, então os estudantes seguem no currículo principal do que seria o nosso Ensino Fundamental e depois o Ensino Médio.
2. As aulas começam no fim de abril
O início das aulas coincide com o início da primavera, período importantíssimo no Japão, marcado pelo surgimento das flores de cerejeiras, as famosas sakuras. Dessa forma, as crianças iniciam as aulas com um sentimento de positividade. Este calendário pouco usual não é aplicado em outros lugares do mundo, já que o início das aulas normalmente começa no início do ano ou, no caso de Europa e Estados Unidos, após o verão. Seria uma boa ideia adotar o calendário japonês!
3. As crianças é que limpam a escola
É esperado de todos os estudantes que eles executem tarefas de limpeza na escola. Isso faz com que eles tenham um senso natural de ética de trabalho. Eles formam equipes e aprendem o que é preciso fazer para realizar um bom trabalho ou uma boa tarefa, ao invés de trabalhar pesado. Além da sala de aula, também limpam a cafeteria e os lavatórios. Como resultado, as crianças se tornam mais cuidadosas para não fazer sujeira no local, ao invés de deixar tudo sujo e desleixado. As crianças ocidentais com certeza não iam gostar de fazer isso, mas é uma ótima ideia para que posteriormente tornem-se adultos mais sensatos.
As refeições são importantes momentos comunais no Japão. Todos os estudantes comem a mesma refeição, uma das mais bem preparadas e balanceadas do mundo, e quase sempre na presença dos professores. Isso ajuda a criar uma forte ligação entre todos, além de aprender boas maneiras à mesa. Antes de cada refeição, todos fazem uma oração e dizem ‘obrigado’ (itadakimasu). Ao finalizar, dizem o mesmo (gochisosama deshita). São frases de boa educação que expressam gratidão ao planeta pelo alimento recebido, pela pessoa que a fez, e também aos superiores presentes na mesa.
Se os japoneses não estão trabalhando, então estão se divertindo. Por isso, o tempo que se passa fora da escola é tão importante quanto as horas de aula. Este tempo é dividido em estudos extras, muitos deles realizado em escolas privadas (juku), para melhorar seus rendimentos em Matemática, Ciência e Inglês, ou atividades esportivas e até mesmo clubes musicais. Cada estudante colegial pode escolher sua tarefa, como natação, tênis de mesa, beisebol, xadrez, dentre outros, com o propósito de melhorar seu desempenho naquela atividade escolhida até o fim do período escolar. Eles socializam com seus grupos e passam a maior parte do fim de semana com eles também.
6. As crianças aprendem poesia e a bela caligrafia do idioma
O Japão nunca esquece de suas artes tradicionais. Então, o kanji (mais de 2 mil escritos chineses), o hiragana e o katakana (os dois sistemas nativos de escrita) são ensinados aos estudantes. Eles devem aprender exatamente como escrever cada um deles e fazer a caligrafia na direção certa e na ordem precisa. Eles utilizam pedaços de bambu e folhas de papel de arroz nesse processo. O poema haiku é uma riqueza literária do Japão, que eles aprendem e recitam com amor. Cada estudante entende a importância dessa herança cultural.
Os uniformes escolares tornaram-se obrigatórios no colegial, para que todos tenham a mesma roupa e, dessa forma, evitem barreiras sociais. Isso também reforça o espírito de união, mostrando que todos são iguais. O mesmo vale para o corte de cabelo – os meninos têm cabelos curtos e as meninas podem ter cabelo médio a comprido, com uma franja curta. Em público, as crianças não são temidas pelas pessoas, mas respeitadas, e é por isso que há um grande respeito entre gerações no país.
É muito raro ver uma criança japonesa fora da escola. Além da frequência, elas também tentam prestar a máxima atenção em aulas expositivas. Foi calculado que cerca de 91 por cento dos estudantes sempre ouvem ao professor o tempo todo. Essa é uma boa informação para quem sempre achou que foi um bom estudante. Quem nunca se distraiu em sala de aula enquanto o professor falava?
9. Uma única prova decide tudo
O colegial é tão forte e rigoroso no Japão que, para se ter uma ideia, o diploma de colegial japonês é considerado um diploma universitário na Itália, um país de grande importância histórica e cultural. Por isso, a competição é bastante acirrada para quem busca esse nível de ensino no país. Um único exame vai decidir se o estudante atende aos requisitos para seguir em frente no colegial. Caso falhem, talvez nem consigam ir à universidade, mas no Japão, independentemente do nível escolar, todos têm emprego graças à estabilidade econômica.
Os esforços do período escolar são tão grandes que a graduação superior é vista como um suspiro na vida dos estudantes. Muitos deles consideram esses anos como uma recompensa, já que a universidade, apesar de séria, é mais flexível. Os estudantes podem dormir enquanto fazem suas leituras, por isso as universidades japonesas não são tão conceituadas internacionalmente em comparação a outros países. Talvez este seja o resultado de tanto trabalho duro durante os anos escolares.
Fonte: Eduardo K.
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