14 de novembro de 2016

ISMÁLIA - UM POEMA DE ALPHONSUS GUIMARÃES. HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL.

 

(CLICAR NA IMAGEM PARA ASSISTIR AO VÍDEO
COM O POEMA ISMÁLIA DE ALPHONSUS GUIMARÃES)
 
 


 
 
 
ISMÁLIA
 
 
 
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


(Alphonsus de Guimaraens)
 
 
 
 
 
Alphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães  nasceu em Ouro Preto, 24 de julho de 1870.  Foi um escritor brasileiro.
 
 
A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inadaptação ao mundo.

 
Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que é considerada um anjo, ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente neo-romântico e simbolista.

 
Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Traduziu também poetas como Stephane Mallarmé, em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".

 
Sua poesia é quase toda voltada para o tema da Morte da Mulher amada.

 
Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior (terminado em sete sílabas métricas). O escritor faleceu em Mariana em 15 de julho de 1921.
 
 
 
 
 

 
 
 
 

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