7 de maio de 2025

A EXPRESSÃO "TOTUS TUUS MARIAE" (LATIM PARA "TODO TEU, MARIA")

 


É uma frase latina que significa "Eu sou todo teu, Maria".

Ela é um lema de devoção mariana, particularmente conhecido por ter sido o lema papal de João Paulo II, que o adotou por sua profunda ligação com a Virgem Maria.

A expressão tem origem no "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem" de São Luís Maria Grignion de Montfort, que a utilizava como uma forma de renovar a consagração a Maria.  "Totus Tuus Mariae" expressa a ideia de entregar-se totalmente a Maria, como uma forma de se entregar a Jesus através dela. 

A frase ficou amplamente conhecida por ter sido utilizada como lema papal de São João Paulo II, que a adotou por sua profunda devoção e consagração a Nossa Senhora. 

A expressão não apenas implica uma consagração a Maria, mas também uma entrega de toda a vida a Jesus através da mediação de Maria.

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O pintor desta obra, intitulada "Virgem e o Menino", é Jacopo Bellini, um pintor italiano renascentista que viveu entre 1396 e 1470. O título original da pintura é "A Virgem da Humildade Adorada por um Príncipe da Casa de Este".

"A Virgem da Humildade Adorada por um Príncipe da Casa de Este", de Jacopo Bellini, é uma obra fascinante que nos transporta para o início do Renascimento italiano.

SOBRE A PINTURA

O que chama a atenção de imediato é a atmosfera de serenidade e devoção. Vemos a Virgem Maria sentada humildemente sobre uma almofada no chão, segurando o Menino Jesus em seu colo. Essa representação da Virgem como "Madonna da Humildade" era um tema relativamente comum na arte italiana da época, enfatizando sua virtude e proximidade com os fiéis.

O Menino Jesus, com sua postura um tanto séria e seu olhar direcionado, já transmite uma sensação de sua futura importância. A interação entre mãe e filho é delicada, com Maria segurando-o com ternura.

À esquerda, ajoelhado em reverência, está um príncipe da Casa de Este, identificado pelo seu rico vestuário e pela provável presença de um brasão (embora não esteja totalmente visível). A inclusão de um doador, especialmente um membro da nobreza, era uma prática comum na arte religiosa da época, demonstrando sua piedade e também servindo como uma forma de prestígio.

O cenário ao fundo é interessante. Vemos uma paisagem com colinas suaves, algumas edificações que lembram pequenas cidades e um céu com nuvens delicadas. Essa atenção aos detalhes da paisagem é uma característica crescente na pintura renascentista, buscando uma representação mais naturalista do mundo.

A paleta de cores é rica e terrosa, com os tons escuros das vestes de Maria e do príncipe contrastando com a pele clara das figuras centrais e os toques de vermelho e dourado que adicionam suntuosidade. A luz incide suavemente sobre as figuras, modelando seus volumes de forma delicada.

A auréola dourada ao redor da cabeça de Maria, com uma inscrição em latim ("Ave Mater Humilis..."), é um elemento tradicional da iconografia cristã, mas aqui é tratada de forma mais decorativa, integrando-se à composição.

SOBRE JACOPO BELLINI (C. 1396/1400 – C. 1470)

Jacopo Bellini foi um dos pilares da pintura veneziana e uma figura crucial na transição do estilo gótico tardio para o Renascimento. Ele é considerado o patriarca de uma das mais importantes dinastias de artistas da história da arte, sendo pai de Gentile e Giovanni Bellini, ambos também pintores renomados.

Embora muitas de suas obras tenham se perdido, o que sobrevive demonstra sua habilidade como desenhista e sua crescente compreensão da perspectiva e do espaço. Ele é conhecido por seus grandes livros de desenhos, que serviram como modelos e inspiração para sua oficina e para outros artistas.

A arte de Jacopo Bellini mostra uma influência inicial do estilo gótico internacional, mas gradualmente incorpora elementos do Renascimento florentino, como a solidez das figuras e a atenção à perspectiva. Sua obra ajudou a pavimentar o caminho para o desenvolvimento da rica e colorida tradição pictórica veneziana que seus filhos e outros artistas como Giorgione e Ticiano levariam a novas alturas.

"A Virgem da Humildade Adorada por um Príncipe da Casa de Este" é um exemplo notável da habilidade de Jacopo Bellini em combinar a devoção religiosa com uma crescente sensibilidade para a representação naturalista, marcando um ponto importante na evolução da arte renascentista em Veneza.





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