13 de março de 2023

MÃE, RAINHA E VENCEDORA TRÊS VEZES ADMIRÁVEL DE SHOENSTATT

 



Na Capelinha de São Miguel, no vale de Schoenstatt, em Valendar junto ao Reno, a 18 de Outubro de 1914, o Padre José Kentenich fez uma conferência à Congregação Mariana do Seminário de Schoenstatt, em que revelou uma “secreta ideia predileta”. A “ideia predileta”, que ele considerou “quase demasiado ousada para o público, mas não demasiado audaz” para a pequena comunidade da Congregação, era na sua essência a seguinte: “Não seria possível que a Capelinha da nossa Congregação chegue a ser ao mesmo tempo o nosso Tabor, onde

se manifeste a glória de Maria? Ação apostólica maior não poderia sem dúvida realizar, nem aos nossos vindouros, herança mais preciosa legar, do que mover Nossa Senhora e Soberana a estabelecer aqui dum modo especial o seu trono, para distribuir os seus tesouros e operar milagres de graça”.

Com estas palavras o Padre Kentenich apresentou aos jovens membros da Congregação o programa de oração e sacrifício “para fazer suave violência” à Mãe de Deus, a fim de que Ela se digne eleger a Capelinha de São Miguel como seu lugar de graças, origem e centro de um Movimento de Renovação e de Educação religioso-moral.

Como chegou o Padre Kentenich a esta ideia? Nela influíram a sua fé convicta e um facto concreto. A sua fé convicta dizia que a missão e a ação da Mãe de Deus não terminaram com a sua vida terrena, mas continuam até ao fim dos tempos. Mesmo após a sua passagem para a Santíssima Trindade, Maria continua, na sua qualidade de “companheira e colaboradora permanente de Cristo em toda a Obra da Redenção”, como mais tarde o Padre Kentenich viria a designá-la, a participar ativamente com toda a sua pessoa e poder de intercessão na Obra Salvífica do seu divino Filho. Como a História da Igreja o demonstra Ela desenvolve a sua ação, de preferência, em lugares por Ela escolhidos como seus lugares de graças, e por meio de pessoas, que instrumentalmente se põem à sua disposição.

******************************************

Schoenstatt nasceu em 1914, logo após ter iniciado a Primeira Guerra Mundial, num colégio palotino em Vallendar, pequena cidade junto ao Reno. O seu começo foi insignificante: com um punhado de jovens estudantes. Porém, este pequeno grupo atraiu pouco a pouco outros adeptos. Ao fim da Guerra, em 1919, funda-se o Movimento Apostólico de Schoenstatt, no qual muito em breve ingressariam as primeiras mulheres. Nos anos de 1920 e 30, em forma progressiva, desenvolveu a direção externa de uma ampla rede de organização que oferecia várias possibilidades de participação. Em direção interna, o crescimento foi lento, criando uma espiritualidade que, por sua identidade original, mostrou-se como algo novo entre as escolas espirituais da Igreja. Após anos de luta com o nazismo, em 1941, o fundador, com alguns de seus colaboradores, foi levado prisioneiro ao campo de concentração de Dachau, onde apesar das circunstâncias, realizou um fecundo apostolado entre sacerdotes e leigos de diferentes nações. Depois de sua libertação, em 1945, o Pe. Kentenich iniciou uma série de viagens por vários países do mundo, com os quais enraizou Schoenstatt em povos além da Europa. Isto ocorreu especialmente na América do Sul, onde hoje a obra, excluindo a Alemanha, tem a mais importante presença. Em 1948, uma comunidade Schoenstattiana - as irmãs de Maria - são erigidas canonicamente como o primeiro Instituto Secular alemão. Com ele, pela primeira vez, expressa-se uma confirmação oficial ao mais alto nível, em torno da autenticidade de Schoenstatt como uma nova célula de vida eclesial. Justamente este caráter eclesial de Schoenstatt ia ser duramente provado no tempo vindouro. Uma visitação canônica, com intervenção do Santo Ofício de então, significou a mais dolorosa prova que até este momento Schoenstatt havia sofrido. A primeira medida do visitador enviado por Roma, foi a destituição do fundador e seu exílio nos Estados Unidos, determinação que ele obedeceu imediatamente. Após 14 anos, no final do Concílio, em 1965, foi chamado de volta e reabilitado pelo Papa. O Cardeal Bea, que a muito tempo estava vinculado ao Movimento, disse ao Pe. Kentenich, naquela ocasião: "Sem o Concílio o senhor nunca havia sido compreendido". Depois o fundador teve uns três anos de trabalho intenso e sem interrupção, os quais dedicou a sua Obra que, entretanto, tinha alcançado uma expansão em muitos países. Os anos de exílio haviam permitido a Schoenstatt crescer em profundidade. Agora chegavam os dias de um surpreendente desenvolvimento em amplitude. O Pe. Kentenich faleceu em 15/09/1968, na Igreja que foi construída à Ssma. Trindade no Monte Schoenstatt. Iniciava para ele uma nova forma de atuar, uma nova época. 




Nenhum comentário: