A DEVOÇÃO A VIRGEM MARIA ANTES DA
COMUNHÃO
A
preparação para a comunhão começa antes mesmo da celebração da Santa Missa, ou
da Palavra com comunhão, com o jejum eucarístico de pelo menos de uma hora
antes – que tem como finalidade não somente de abster-nos de comida e de
bebida, mas principalmente de despertar em nós “fome” e “sede” de Deus – e a
busca do silêncio e do recolhimento interior. Além disso, as práticas
seguintes, ensinadas por São Luís Maria para antes da comunhão, podem ser
feitas durante a celebração, mas é muito salutar se forem vividas antes, ainda
que num breve momento de meditação e oração. De qualquer forma, nesta
preparação para a comunhão, devemos:
1º
– Humilhar-nos profundamente diante de Deus;
2º
– Renunciar ao nosso fundo mau, todo corrompido, e às nossas más disposições,
embora o nosso amor próprio as faça parecer boas;
3º
– Renovar a nossa consagração dizendo: “’Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo
o que tenho é Vosso!‘ (Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt!)”;
4º
– Suplicar a Virgem Maria que nos empreste o seu Coração de Mãe, para nele
receber seu Filho com as disposições dela. Pois, a glória de seu Filho exige
que não seja recebido num coração tão manchado e tão inconstante como o nosso.
Se recebermos o Senhor em nosso coração, este não demorará em fazer-nos
perdê-Lo, ou em privar-nos da Sua glória. Mas, se Nossa Senhora quiser vir
habitar em nosso coração para receber seu Filho, poderá fazê-lo pelo domínio
que tem sobre os corações. Dessa forma, seu Filho será bem recebido, sem mancha
nem perigo de ser ultrajado ou perdido. Então, digamos confiantemente a Mãe de
Deus que tudo o que lhe oferecemos dos nossos bens é bem pouca coisa para
honrá-la. Por isso, desejamos dar-lhe, pela santa comunhão, o mesmo presente
que o Pai Eterno lhe deu: seu Filho Jesus Cristo. Deste modo, a Virgem Maria
será mais honrada do que se lhe oferecêssemos todos os bens do mundo. Podemos
dizer a Virgem de Nazaré que seu Filho Jesus a ama muito particularmente, e que
ainda quer ter nela as suas alegrias e o seu repouso, mesmo que agora seja em
nossa alma, mais suja e pobre que o estábulo, onde Jesus não pôs dificuldades
em vir, porque ela lá estava. Enfim, peçamos a Nossa Senhora o seu Coração, com
estas ternas palavras: “Tomo-Vos como toda a minha riqueza. Dai-me o Vosso
Coração, ó Maria!”.
SÃO
LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT, ensina como os consagrados a Nossa Senhora
devem participar da comunhão eucarística, no final do seu extraordinário livro
“Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”. Apesar de este ser o
último tema do Livro, não é o menos importante. Ao contrário, o grande Santo
nos fala da comunhão separadamente das práticas interiores e exteriores
justamente por causa da sua importância na santa escravidão a Jesus Cristo
pelas mãos da Virgem Maria. Podemos dizer que esta última parte do Tratado é um
coroamento da devoção que São Luís Maria nos ensinou. Não poderia ser
diferente, pois participar bem da Santa Missa, principalmente da comunhão, recebendo
o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo devotamente, em estado de graça e com um
coração bem disposto, faz toda a diferença para o crescimento na vida
espiritual.
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