MARIA MADALENA – HISTÓRIA, TRADIÇÃO E LENDAS
Maria Madalena – história, tradição e lendas é um desdobramento
para pesquisa de três anos de mestrado da autora Wilma Steagall De Tommaso, que
em sua minuciosa análise procura revelar diante de um contexto histórico, os
principais fatos e o que é tradição e lenda sobre uma das figuras mais
importantes e contraditórias da Igreja.
Conforme Wilma, ao trabalhar na dissertação: Maria Madalena
redimida na obra de El Greco, fato que ocorreu simultaneamente à volta de
Madalena, pela obra de Dan Brown, O código Da Vinci, a autora começou a ser
chamada para ministrar cursos livres sobre o tema. Nessas palestras surgiam
questões interessantes de pessoas crentes e não crentes, homens e mulheres, de
toda faixa etária: “Com base nesses questionamentos fiz alguns artigos e decidi
escrever uma obra que pudesse resgatar a identidade de Maria Madalena,
começando por sua vida desde a Galileia, em Midgal – sua cidade natal, por isso
ser também conhecida como Maria da Magdala –, até hoje quando muitos autores
pensam revelar seus segredos e atribuir-lhe atos que ela mesma desconheceu”,
diz.
Wilma afirma que pesquisar foi fundamental para discernir os
fatos que são historicamente comprovados daqueles que, embora contenham alguma
lógica possível, foram descartados por falta total de provas ou conteúdo. E
quem desconhece a história geral e a história da Igreja irá encontrar nesta
obra detalhes sobre Maria Madalena. A autora procurou sua identidade nos
evangelhos; estudou a Igreja do Oriente e do Ocidente; a Tradição da Igreja;
foi em busca das lendas que envolvem Maria Madalena; buscou reflexões de muitos
Pais da Igreja; no renascimento italiano; no Iluminismo, no Concílio Vaticano
II e apresenta diversas imagens da Madalena de dois artistas sacros
contemporâneos: Padre Mark Ivan Rupnik (1954-), esloveno, que se expressa na
maravilha dos mosaicos e na pintura; e de Claudio Pastro (1948-2016), maior
artista sacro brasileiro; os dois artistas, com traços simples e marcantes,
retratam Maria Madalena resgatando a identidade da santa em formas simples e
simbólicas.
Padre Rupnik, um dos mais importantes autores e pensadores
da arte sacra na atualidade e também responsável pelo prefácio do livro,
enfatiza que Maria Madalena se tornou a imagem da humanidade nova, da
comunidade eclesial, a humanidade redimida do Filho de Deus: “A chave da leitura
que Maria Madalena nos deu é a do amor […] Portanto, é extremamente importante
e enriquecedor realizar uma pesquisa artística sobre essa mulher, sempre com
estrito rigor, o objetivo de trazer à tona a autenticidade, a grandeza e o
brilho dessa figura tão significativa na primeira Igreja. Nossa autora teve a
coragem de iniciar uma busca completa, folheando os vários traços, leituras e
representações que Madalena sempre inspirou ao longo dos séculos. O resultado é
um trabalho muito pontual e que revela, além do conhecimento preciso e
fundamentado que emerge, um percurso de fé, um estudo sincero e apaixonado –
por essa mulher – do desejo de coração que resta a cada um, ser chamado pelo
Senhor pelo seu próprio nome”, afirma.
Wilma Steagall De Tommaso é doutora em Ciências da Religião
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora no Museu de Arte
Sacra de São Paulo (MAS-SP); professora, pesquisadora e coordenadora do Grupo
de Pesquisa Arte Sacra no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia, da
PUC-SP (LABÔ); membro pesquisadora da Sociedade Brasileira de Teologia e
Ciências da Religião (SOTER); membro da Academia Marial de Aparecida; membro da
Asociación Latino Americana de Literatura y Teologia (ALALITE). Experiência nas
áreas de Educação e Filosofia, com ênfase em arte sacra. Autora do livro O
Cristo Pantocrator – Da origem às igrejas no Brasil, na obra de Cláudio Pastro
(Paulus, 2017).
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