Eu não tenho medo dos anos e não
penso em velhice. E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou
ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou velha, e não digo que
estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda,
eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada
com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro
é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está
ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo
sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.
Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e
esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence
os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que
venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou
velha, não. Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada
mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais
velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me
enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e
procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro
de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os
fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir
milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e
plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com
esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com
amor.
Eu me esforço para ser cada dia
melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar,
cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque
descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
E você, o que acha? Inspire-se
na sabedoria da poetisa e decida ser feliz!
Um comentário:
Boas palavras, amigo Alberto, em sua saudação à ilustre poetisa.
Reviver o caminho de Cora Coralina pelas trilhas de Goiás Velho, é como seguir do simples ao divino, num voo silencioso.
Um projeto de vida suave. Uma história de amor à humanidade. Uma canção de afeto.
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