UMA LUZ SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO
Seguindo os
ditames de saúde da época, o Rei do Havai resolveu concentrar em Molokai os
hansenianos. O arquipélago do Havai era
antes saudável, mas com a visita de estrangeiros passou a padecer de muitos
males. Entre eles o mal que a própria
Bíblia chora pelos que o levam, aconselhando a esses infelizes que gritem
"Somos Impuros" aos que se aproximam.
A Bondade chegou
ao Havai em 1863, na pessoa de Josef de Veuster, que se ordenaria como Padre
Damião, da Ordem dos Sagrados Corações.
O jovem Belga, estudante em Louvain, assistira uma palestra de um Bispo,
enfatizando a necessidade de um padre entre os leprosos de Molokai. E o futuro São Damião compreendeu que ele era
o escolhido por Deus.
A missão de
Damião em Molokai transcendia em muito a função religiosa. Ele se empenhava em
auxiliar as famílias dos leprosos em trabalhos de construção, dava assistência
psicológica aos inconformados, partilhava sofrimentos e alegrias. Sua bondade
chegou ao conhecimento do Rei Kalakaua, que chegou a visitar a ilha e
condecorar Damião.
No Brasil também
a lei determinava o isolamento: No antigo Estado do Rio de Janeiro ele era
feito na Colônia Tavares de Macedo, em Venda das Pedras. Quando alguém pensa passar por uma provação,
deve peregrinar até lá. Na hora da
tocante "A Paz de Cristo" pode ser que o seu irmão ou irmã em Cristo
não tenha as mãos. A missão Católica de
Venda das Pedras foi durante muito tempo realizada pelo genial Frei Daniel,
Franciscano nascido na Polônia, contemporâneo o Padre Woytila. Já como Papa, foi João Paulo II que
beatificou Damião, de quem Daniel era devoto.
Damião em tudo
era iluminado: Desde os eloquentes sermões na língua Kanako até no extenuante
trabalho de construir caixões e cavar sepulturas. Dava graças da Deus quando se sentia cansado,
desempenhando a nobre função de Apóstolo dos Leprosos. A terrível doença também tomou a saúde de
Damião, mas nem de longe conseguiu apagar o seu entusiasmo solidário, até que
entregou sua alma a Deus, em 1889.
A capela que
Damião construiu, com a ajuda dos leprosos de Molokai é hoje um lugar de
peregrinação. Quando a obra da singela, e muito bonita capela estava pronta,
ele costumava dizer aos seus paroquianos: "Vocês construíram uma linda
igreja na nossa ilha, mas é muito importante que façam uma igreja dentro dos
seus corações.
E não é essa uma
mensagem para todos nós?
Luiz Rocha Neto
escritor e professor
UM POUCO SOBRE LUIZ ROCHA-NETO
Luiz Rocha Neto é Graduado em Economia na Universidade
Federal Fluminense. Mestrado em Urban and Regional Planning na Wisconsin
University, e Doutorado em Engenharia de Produção Na COPPE - UFRJ.
Foi Reitor da UNIPAM - Universidade Pan Amazônica - do Pacto
Amazônico. É Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, continuando a
participar da equipe do GETEMA/APIT/COPPE (Grupo de Estudos Tecnologia &
Espaço & Meio Ambiente).
Seguiu cursos na Rutgers University, Sorbonne, e
universidades brasileiras. Teve um "fellowship" do Institute of
Social Studies, na Haia, e outro "fellowship" no Latin American
Institute da Universidade de Rutgers.
É diplomado pela Escola Superior de
Guerra. Ofereceu seminários no Instituto de Tecnologia do Bangladesh, na
Universidade de Macau, China, e na Universidade de Tenri, no Japão. Foi Chefe
de Departamento da FGV, Vice-Diretor do CENDEC do Ministério do Planejamento, e
Diretor do Instituto de Ciências da Terra da SNA.
Atuou como técnico de
organismos internacionais e representou o Brasil em congressos. Tem experiência
na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Técnicas de Análise e
Avaliação Urbana e Regional, atuando também nas "interfaces" desta
área com o Planejamento Ambiental. Interessa-se pelo estudo de Planejamento
Urbano. Tem vários livros publicados, em assuntos diversos.
Entre tantos,
escreveu "Algumas crônicas de amor e dois contos desesperados" -
publicação da EDUFF - uma alusão ao "Veinte poemas de amor y uma canción
desesperada", de Neruda. Rocha Neto conheceu Neruda em uma palestra na
Universidade Federal Fluminense. Mais tarde, como estudante, viveu em Paris
quando o Premio Nobel era Embaixador do Chile.
Rocha Neto é Comendador da Ordem
de São Damião.
LIVROS DE LUIZ ROCHA NETO
REVISTA QUE LUIZ ROCHA
ASSINA UMA COLUNA
Texto também publicado na
Revista Nossos Passos
Abril 2018/página 8.
Informações enviadas à nossa redação,
pelo homenageado.
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