23 de setembro de 2025

PADRE PIO - SABEDORIA E HUMANIDADE DE UM SANTO DO NOSSO TEMPO - HOMENAGEM DO BLOG ALBERTO ARAÚJO & AMIGOS

Celebrar São Pio de Pietrelcina, o nosso Padre Pio, é mergulhar na essência de um homem que uniu espiritualidade e humanidade de forma incomum. Sua figura não se resume ao estigma dos sinais visíveis da paixão de Cristo que carregou em suas mãos e pés durante cinquenta anos. Ele foi, sobretudo, um profundo conhecedor do coração humano, um mestre da alma, que sabia interpretar o silêncio das dores e as angústias escondidas na vida cotidiana. 

Em San Giovanni Rotondo, no sul da Itália, milhares de pessoas atravessavam estradas e mares para encontrá-lo. Muitos buscavam milagres, outros esperavam uma palavra de consolo, e havia ainda os que simplesmente desejavam ser escutados. E Padre Pio os recebia, não como quem distribui respostas prontas, mas como quem penetra na alma e percebe aquilo que cada coração guarda e teme revelar. Seu dom não estava apenas na mística, mas na empatia. Ele compreendia o ser humano em sua fragilidade e grandeza, enxergava no sofrimento uma possibilidade de redenção, mas jamais deixava de valorizar a alegria, a fé simples, o gesto humilde. 

Padre Pio tornou-se, assim, uma referência universal, além das fronteiras da Igreja Católica. Sua imagem cultural permanece viva: o hábito simples, a barba cerrada, os olhos penetrantes. Símbolo de resistência espiritual em um século marcado por guerras, crises e descrença, ele soube mostrar que a verdadeira sabedoria está em viver o Evangelho no concreto da vida, acolhendo cada pessoa em sua singularidade. 

Em suas confissões, às vezes rigorosas, havia uma pedagogia espiritual que buscava despertar a consciência. Ele sabia que a maior cura não era apenas a física, mas a transformação interior. Quem o procurava, muitas vezes, não saía com respostas fáceis, mas com a clareza de que precisava mudar de rota, reencontrar o sentido, resgatar a fé.

Padre Pio também se destacou por sua obra social. O Hospital Casa Sollievo della Sofferenza, inaugurado em 1956, é um exemplo de que sua espiritualidade não era alheia às necessidades concretas do mundo. Ali, ciência e fé se uniam para cuidar do corpo e da alma. Era sua forma de dizer que a caridade é a expressão mais elevada da fé. 

Em uma de minhas viagens à Europa, estive no Santuário de Padre Pio, em San Giovanni Rotondo, acompanhado de minha esposa Shirley. Foi uma experiência marcante para nós dois. Caminhamos pelos espaços onde ele viveu, rezou e acolheu multidões, e visitamos todas as suas relíquias com devoção e emoção. No silêncio da igreja, diante de seu corpo preservado, tivemos a clara sensação de que não se tratava apenas de venerar um santo, mas de aprender com um mestre de humanidade. O Santuário, com sua arquitetura que une modernidade e espiritualidade, mostra como Padre Pio ainda fala ao mundo de hoje: um mundo sedento de sentido, de escuta, de compreensão. 

A cultura do encontro que ele promoveu permanece atual. Num tempo em que a sociedade muitas vezes se fecha em individualismos, Padre Pio nos recorda que a grande sabedoria está em acolher o outro. Sua vida é testemunho de que é possível viver a fé de modo simples e radical ao mesmo tempo, compreendendo que o maior conhecimento não vem apenas dos livros, mas da capacidade de olhar nos olhos e escutar com o coração. 

Celebrá-lo, portanto, é também refletir sobre nós mesmos. Ele nos ensina que cada pessoa carrega dentro de si uma dor invisível e um desejo de plenitude. Que não basta falar de espiritualidade: é preciso vivê-la em cada gesto, em cada escuta, em cada ato de compaixão. É esse legado que o torna universal, que o mantém presente na cultura religiosa e na vida cotidiana de milhões de devotos espalhados pelo mundo. 

Hoje, ao lembrarmos de Padre Pio, celebramos não apenas um místico extraordinário, mas um sábio. Um homem que soube traduzir a fé em acolhimento, que compreendeu a alma humana em sua complexidade, que nos mostrou que a verdadeira santidade nasce do encontro sincero com Deus e com o próximo. 

Padre Pio permanece como fanal para os que buscam sentido. Seu exemplo de fé viva, sabedoria interior e amor ao ser humano é patrimônio cultural e espiritual da humanidade. E cabe a nós, que já estivemos diante de sua memória viva no Santuário, levar adiante sua mensagem: a de que a vida só alcança plenitude quando é vivida na escuta, na partilha e no amor. 

© Alberto Araújo 











 

6 de setembro de 2025

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM - PARÓQUIA E SANTUÁRIO SÃO JUDAS TADEU – ICARAÍ PRESIDIDA PELO PADRE ALEX ABREU


23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

MISSA DAS 18H – SÁBADO, 06 DE SETEMBRO DE 2025

Paróquia e Santuário São Judas Tadeu – Icaraí

Presidida pelo Padre Alex Abreu


Eu e minha esposa Shirley, como de costume, estávamos presentes. Às 18h, seguimos para a Casa do Senhor, conscientes de que somos templos vivos de Deus. 

O sol ainda espalhava seus raios dourados pelo horizonte, e, ao longe, o Cristo Redentor parecia nos abençoar. Já acomodados em nossos lugares, ouvimos o sino das 18h repicar, anunciando a Hora do Angelus, o momento em que recordamos o anúncio da concepção de Cristo à Virgem Maria.

A celebração teve início com o Canto de Entrada: “Senhor, quem entrará no Santuário para te louvar…”. Seguiu-se o Ato Penitencial, com o hino: “Quero confessar a Ti… Kyrie eleison…”, e, logo depois, o Hino de Louvor: “Glória a Deus nas alturas…”. 

Por ser setembro, mês dedicado à Bíblia, houve o momento especial da Entrada da Bíblia: uma catequista a conduziu até o altar, onde foi colocada em um lugar de honra e reverência. 

Liturgia da Palavra

Primeira Leitura: Livro da Sabedoria 

Salmo Responsorial: “Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.”

Segunda Leitura: Carta de São Paulo a Filemon (“O meu próprio coração… Já não como escravo…”) A "Carta a Filemon" refere-se à Epístola a Filemon, um dos textos do Novo Testamento da Bíblia, escrita pelo apóstolo Paulo enquanto estava preso em Roma. A carta é um pedido a Filemon, um cristão rico, para que receba de volta o seu escravo Onésimo, que fugiu e encontrou Paulo, tornando-se também cristão. O objetivo de Paulo é que Filemon o acolha não mais como um escravo, mas como um irmão em Cristo. 

Aclamação ao Evangelho: “Buscai primeiro o Reino de Deus…” 

Evangelho e Tema da Homilia: “Se alguém vem a mim e não carrega a sua cruz, não pode ser meu discípulo” — disse Jesus. 

HOMILIA – PADRE ALEX ABREU 

23º domingo comum. Meus irmãos e minhas irmãs, o nosso coração é o lugar onde Deus derrama a sua graça e a sua cura — cura que vem pela sabedoria divina. Essa sabedoria é fundamental e essencial para cada um de nós, pois sustenta o nosso ministério e a nossa caminhada de fé. É ela que conduz o nosso coração, dia após dia, para mais perto do Senhor. 

Homens e mulheres da Palavra de Deus são capazes de acolher tudo o que Jesus é e tudo o que Ele realiza em nossa vida e em nossa comunidade, conduzindo-nos a um caminho de santidade e perfeição. 

Na primeira leitura de hoje, somos chamados a uma profunda reflexão sobre o nosso próprio ser: um ser dotado de corpo e alma, criado para a eternidade, incorruptível, que não se desfaz. Essa é a nossa identidade humana, tantas vezes moldada pelas experiências da vida. E é o próprio Deus quem conduz essa história, pois Ele nos preparou para viver segundo a nossa verdadeira identidade. O tempo que passamos aqui é passageiro.

Por isso, no Evangelho, Jesus nos chama à atenção para o discipulado. Ele diz: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo”. É preciso renunciar a tudo o que nos prende, e com todo o coração, com todo o entendimento e com todas as forças, colocar a nossa confiança n’Ele. É em Jesus que está o sentido exato da nossa vida.

Quando olhamos para o mundo, percebemos como gastamos nossos dias e nossas forças em tantas coisas que julgamos boas, mas que muitas vezes não nos preenchem. Há, dentro de cada um de nós, um espaço que pertence somente a Deus. Nada neste mundo é capaz de saciar plenamente o coração humano. Por isso, vemos tantas pessoas sempre buscando “algo a mais” e, mesmo assim, permanecendo insatisfeitas. É daí que nascem tantas guerras, conflitos e injustiças — da busca pelo poder e pelo domínio.

E, assim, vamos esquecendo daquele que é o princípio da vida humana: Aquele que nos criou, que veio nos salvar e que assumiu sobre si o pecado da nossa humanidade. Ele é quem enche o nosso coração de esperança, mesmo em meio à dor, ao sofrimento e às dificuldades. Essas provações, de algum modo, nos purificam e nos aproximam mais de Deus.

É justamente nos momentos de dor que somos convidados a nos colocar diante da presença do Senhor. Quando tudo está tranquilo, é fácil; mas é na provação que se revela a força da nossa fé. O sofrimento, unido à cruz de Cristo, torna-se também um sacrifício oferecido para a salvação do mundo. E, assim, nossa vida pode ser testemunho para que outros conheçam a Palavra de Deus e desejem viver essa vida verdadeira. 

Que neste domingo, o Senhor Jesus conquiste novamente o nosso coração com a Sua Palavra. Que o Espírito Santo nos anime e nos impulsione a viver com sinceridade o discipulado de Cristo. Que possamos buscar, a cada dia, uma vida de profunda união e intimidade com Ele, de modo que, ao olharem para nós, as pessoas reconheçam a presença de Deus, sintam o perfume da santidade e vejam a luz de Cristo. 

Que o Senhor nos faça verdadeiros discípulos e missionários da Sua Palavra, autênticos arautos do Evangelho, hoje e sempre.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém. 

Profissão de Fé e Preces

Rezamos juntos o Credo Niceno-Constantinopolitano (“Creio no Espírito Santo…”). As Preces da Comunidade foram conduzidas pela ministra da pastoral Teresa Amâncio. 

Liturgia Eucarística

Hino da Consagração: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus do Universo…” 

Canto da Comunhão: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo…” 

Segundo canto da comunhão: “Vejam, procurei bem aquele… Por onde formos, também nós, que brilhe a Tua luz…” 

ENCERRAMENTO

A celebração foi concluída com uma Oração Final Reflexiva, conduzida pelo Padre Alex, pedindo que o Senhor nos fortaleça no caminho do discipulado, nos encha de amor e nos faça instrumentos de Sua paz.

ORAÇÃO FINAL REFLEXIVA – PADRE ALEX ABREU 

Senhor Jesus, nosso Salvador, mais uma vez o Senhor nos conduz de maneira tão simples e tão próxima de cada um de nós. Louvamos a Tua graça, a Tua unidade, a Tua presença. Bendizemos a Tua misericórdia e o Teu amor. 

Hoje, diante de Ti, proclamamos: Corpo, Sangue, Alma e Divindade — mais uma vez declarando o Teu amor, que é tão bom para cada um de nós. O Senhor nos recorda a nossa realidade, a nossa história, a nossa Igreja, e nos convida a seguir firmes no Teu Espírito. 

Faz, Senhor, florescer em nós o grande desejo de Vos servir com todo o nosso coração, com todas as nossas forças e com todo o nosso entendimento. Que a nossa vida seja instrumento do Teu projeto, levando libertação e esperança, tornando o Teu amor acessível a todos os homens e mulheres da nossa comunidade. 

Por toda a nossa vida, queremos agradecer pela Tua vida, pelo Teu sacrifício e pela Tua entrega por nós. Recebe, Senhor, a nossa gratidão e o nosso louvor.

Amém.














(VÍDEO COM O SINO TOCANDO)

Saímos da igreja com o coração renovado, levando conosco a Palavra e a presença viva de Cristo, para que brilhe em nossas vidas e alcance todos que encontrarmos. 

Texto, fotos e transcrições

Alberto Araújo