tag:blogger.com,1999:blog-8350611209383569209.post1449828810906162925..comments2023-08-20T05:39:47.608-03:00Comments on ALBERTO ARAÚJO & AMIGOS: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NAS ESCOLAS. Unknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-8350611209383569209.post-64267309448756035102017-02-11T08:14:25.296-02:002017-02-11T08:14:25.296-02:00Dizia o grande Heitor Villa-Lobos: "É preciso...Dizia o grande Heitor Villa-Lobos: "É preciso fazer o mundo inteiro cantar. A música é tão útil quanto o pão e a água.” E, numa demonstração de brasilidade, acrescentava: "Na minha música deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que transporto instintivamente para tudo que escrevo. A música folclórica é a expansão, o desenvolvimento livre do próprio povo, expresso pelo som.” <br />Sua principal proposta educacional visava a implantação da disciplina Canto Orfeônico em todas as escolas brasileiras do ensino regular. Dessa forma, cantando canções, que para Villa, deveriam ser de alta qualidade, e que valorizassem os elementos musicais regionais e as tradições brasileiras, é que os alunos alcançariam o verdadeiro desenvolvimento sócio-cultural. <br />Tal desenvolvimento, de acordo com os grandes educadores do mundo contemporâneo, implica, a médio e longo prazo, em um grande número de adultos musicalmente sensíveis e educados. Assim, o principal objetivo educacional não está na formação de uns poucos músicos virtuosos ou teóricos. Pelo contrário, os propósitos da moderna pedagogia concentram-se em propiciar às populações, em geral, o hábito e o cultivo do gosto pela música.<br />O acesso ao ensino de música é um direito de todos, dizia Villa-Lobos. E entendia que a educação musical é um componente fundamental para o desenvolvimento harmônico do ser humano. <br />A voz cantada era considerada o melhor instrumento para o ensino/aprendizagem de música, principalmente por ser acessível a todos. A utilização de música regional de qualidade devia ser priorizada no ensino de música, e a familiarização do aluno com o som devia mesmo anteceder o ensino da teoria. <br />Ao propor, na primeira metade do Século XX o canto coletivo como necessário ao desenvolvimento pleno do ser humano, Villa-Lobos certamente já enxergava o aspecto socializador do mesmo, bem como seu importante papel no desenvolvimento emocional, na formação da personalidade, sendo que, recentes pesquisas vêm comprovando ainda o estímulo de atividades cerebrais como a criatividade e o raciocínio, entre outros benefícios da música para o homem. <br />Nos anos 70, durante o período ditatorial, em função de uma visão pragmática e tecnicista, o ensino da música na escolas brasileiras foi gradualmente desvalorizado e relegado a um plano secundário. Como as artes, em geral, dizia-se que a música não contribuía para a formação nem para a qualificação de técnicos e trabalhadores.<br />Assim, na contra mão dos países mais adiantados, nossos governantes esqueciam-se que a natureza sócio-pedagógica do ensino da música (e das artes) é o grande diferencial no desenvolvimento de uma sociedade criativa, disposta à paz e cujo caráter coletivo pode se tornar fecundo em todas as demais áreas do conhecimento humano.<br />Nos dias de hoje, estamos diante de uma proposta de reforma do ensino médio (Medida Provisória já aprovada no Senado, em 8/02/17) cujo conteúdo 'detona', mais uma vez, o ensino das artes no currículo básico, dando-lhe um cunho facultativo que o condenará, fatalmente, à extinção. <br />Ainda há tempo de reagir! Ou presumimos que os países desenvolvidos (Suécia, Dinamarca, Inglaterra, EUA, França, Holanda, Itália, Canadá e Japão) estão todos equivocados em suas políticas educacionais?<br />Lamentavelmente, tem gente que acha que um “The Voice Kids” por mês resolverá o problema da educação musical da população infanto-juvenil brasileira. <br />Tonta ilusão. <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/11132591128471773763noreply@blogger.com